06/02/2017 21h13
Baleado com dois tiros, ele criticou ação dos PM e do guarda envolvidos.
Além dele, cabo também levou disparos; funcionário do Carrefour morreu.
O jovem de 24 anos que foi baleado durante um tiroteio no Supermercado
Carrefour, em Goiânia, relatou os momentos de pânico que viveu no local.
Alvejado com um tiro no pé e outro na perna, o cliente, que não quis se
identificar, criticou a atitude do policial militar e do guarda civil
metropolitano - que prestava serviços como segurança na unidade - na
situação. Um funcionário do comércio morreu.
"Foi imprudência. Os policiais [referindo-se aos dois envolvidos]
estavam ali para trazer a segurança para a população, mas naquele
momento, estavam colocando a em risco a vida da população. Eu fique no
meio do fogo cruzado. Naquele momento, qualquer coisa pior era para ter
acontecido comigo", lembra.
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O caso ocorreu na tarde de domingo (5).
O rapaz foi levado ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), recebeu
atendimento e foi liberado. Já o cabo da PM Bruno Carili Horbylon, de 36
anos, segue internado no local com quadro estável. O segurança Bruno da
Silva Menezes, de 29, não se feriu. Já o funcionário do supermercado,
Ari José dos Reis, de 56 anos, foi baleado e não resistiu às lesões.
O cliente afirma que tinha ido ao local com a namorada para fazer
compras. Ele diz que, inicialmente, não pensou que se tratasse de
disparos de arma de fogo e revela que chegou a desmaiar.
"Para mim não eram tiros, mas crianças com bombinhas. Quando eu
realmente notei, corri para fugir e fui atingido. Fui para fora [do
supermercado] e algumas pessoas me atenderam naquele momento. Sentei um
pouco e comecei a desmaiar. Depois não vi mais nada", afirma.
Guarda afastado
Bruno da Silva atua na Guarda Civil Metropolitana (GCM) de Aparecida de Goiânia desde 2013, onde atuava em um grupo tático. A corporação informou que abriu uma sindicância para apurar o caso e destacou que ele foi afastado o final do inquérito. O comandante-geral da GCM, Antonimar Alves, disse que a arma era do próprio guarda e que, pelas regras da corporação, ele poderia atuar como segurança. "Nós somos uma entidade civil e não temos veto jurídico quanto à prestação desse serviço no horário de folga do agente", destaca.
Bruno da Silva atua na Guarda Civil Metropolitana (GCM) de Aparecida de Goiânia desde 2013, onde atuava em um grupo tático. A corporação informou que abriu uma sindicância para apurar o caso e destacou que ele foi afastado o final do inquérito. O comandante-geral da GCM, Antonimar Alves, disse que a arma era do próprio guarda e que, pelas regras da corporação, ele poderia atuar como segurança. "Nós somos uma entidade civil e não temos veto jurídico quanto à prestação desse serviço no horário de folga do agente", destaca.
Já o subcomandante geral da PM, o coronel Carlos Antônio Borges, disse
que só após a conclusão do inquérito policial será possível determinar
se o policial terá ou não alguma consequência na corporação.
“Enquanto não for determinada a responsabilidade de cada um neste
crime, não podemos abrir qualquer processo na corregedoria ou em
qualquer instância da corporação. Vale ressaltar que o policial estava
de folga e será investigado como um cidadão comum que é responsável
pelos seus atos”, disse. Ele atira e depois corre para dentro do supermercado. Em outro
registro, já do lado de fora, é possível ver quando Ari é atingido. O
corpo dele foi enterrado nesta segunda-feira (6) no Cemitério Parque, em
Goiânia.
Em nota, o Carrefour informou que, após o fato, “imediatamente as
autoridades foram acionadas para conduzir a situação”. Disse ainda que
“o hipermercado opera normalmente” e a “empresa segue à disposição das
autoridades a fim de colaborar com as investigações, enquanto reforça
seu compromisso com a segurança dos seus clientes, colaboradores e
parceiros”.
InvestigaçãoDe acordo com o delegado Ernani Cazer, que esteve no local, uma reclamação por barulho motivou a discussão entre o policial militar e o segurança, que deu origem ao crime.
"Houve uma discussão ocasional em razão de um cliente estar fazendo
barulho na área de alimentação. O policial começou a ter problemas com
essa pessoa, o segurança chegou para apartar e teve a desavença entre
eles", explicou ao G1.
O vigilante alegou que agiu em legítima defesa.
Após ser ouvido, ele foi liberado. Cazer destacou que a partir da
análise das câmeras de segurança não é possível afirmar quem começou a
atirar. De acordo com ele, a polícia buscará novas testemunhas nesta
segunda-feira para dar andamento aos depoimentos.
Briga que motivou tiroteio fou causada por queixa sobre barulho (Foto: Rosane Mendes/TV Anhanguera)
“A gente chegou ao supermercado já estava todo evacuado, portanto não
pudemos pegar testemunhas. Vamos fazer este trabalho para tentar
identificar pessoas que presenciaram a confusão e dar prosseguimento nas
oitivas. A partir destes depoimentos teremos indícios para poder
entender melhor a situação”, afirmou.
Testemunhas questionaram o fato do PM ter sido socorrido de
helicóptero, enquanto o funcionário aguardava uma ambulância do Serviço
de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). De acordo com o subcomandante
da corporação, o helicóptero não estava preparado para socorrer
pacientes com lesões mais graves.
"Na circunstância, se o funcionário era o mais grave, não tinha como
fazer o transporte pelo helicóptero, pela ausência de equipamentos. Por
isso ele teve de aguardar a ambulância, que tem todo o aparato para
fazer o socorro", justificou o coronel Carlos Antônio Borges.
Fonte: G1 GO
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