28/08/2016 08h52 publicação
Brasílialocalização
Paulo Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil
O presidente interino Michel Temer aguarda o
final do julgamento do processo de impeachment da presidenta afastada
Dilma Rousseff para dar início a uma série de agendas internacionais
para atrair investimentos externos no país e promover exportações de
produtos brasileiros.
Desde que assumiu a interinidade, em maio,
ele não viajou para o exterior, e tem dito que só irá à China na semana
que vem, para a Cúpula de Líderes do G-20, caso os senadores concluam e
aprovem o afastamento em definitivo de Dilma. Outros compromissos fora
do país estão no radar do Palácio do Planalto, como os Estados Unidos, a
Índia, o Japão, a Colômbia, a Argentina e o Paraguai.
O principal
foco dos encontros bilaterais e com empresários estrangeiros dos quais
Temer pretende participar é sinalizar ao mundo financeiro que o Brasil
está no caminho de retomar a sua atividade econômica e que, por isso,
será um lugar mais seguro para receber investimentos.
A equipe
econômica tem preparado uma lista com os projetos que serão concedidos
nos próximos meses à iniciativa privada como rodovias, ferrovias, portos
e aeroportos, para que sejam apresentados aos empresários. Parcerias do
poder público com a iniciativa privada e acordos comerciais também
serão estimulados visando ampliar exportações e criar empregos.
Na
próxima sexta-feira (2), o governo brasileiro vai promover em Xangai um
encontro com investidores chineses para o qual está prevista a
participação de Temer. A 33 horas de distância do Brasil, porém, a sua
primeira agenda no país asiático pode não ocorrer caso a votação final
não seja concluida a tempo. Ainda que não representem Temer no seminário
empresarial, os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e da
Agricultura, Blairo Maggi, devem viajar à China antes da comitiva
oficial.
Além da cúpula do G-20 nos dias 4 e 5 de setembro, Michel
Temer deve participar de reuniões bilaterais privadas com os líderes da
China, Xi Jinping; da Espanha, Mariano Rajoy; da Itália, Matteo Renzi, e
com o príncipe da Arábia Saudida, Mohammed Bin Nayef.
Michel
Temer também pretende viajar a Nova Iorque para participar no fim de
setembro da Assembleia-Geral das Nações Unidas, evento no qual,
tradicionalmente, o representante do Brasil costuma fazer o discurso de
abertura. Em outubro, a 8ª Cúpula dos Brics (bloco econômico formado por
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) vai ocorrer na Índia e
será uma oportunidade para Michel Temer fazer uma visita ao Japão.
A
agenda no país asiático seria uma forma de o Brasil desfazer uma
espécie de ressentimento diplomático, já que nos últimos anos Dilma
Rousseff cancelou duas viagens que faria ao Japão.
Embora o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, tenha vindo ao Brasil
no último domingo (21) para o encerramento dos Jogos Olímpicos, os dois
não chegaram a se encontrar.
Temer ainda pretende embarcar para a
Colômbia no final de outubro para participar da 25ª Cúpula Íbero
Americana. Agendas nos vizinhos Paraguai e na Argentina também estão
sendo programadas por assessores presidenciais.
Edição: Fernando Fraga
Fonte: Agência Brasil
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