03/02/2017 15h08
Luanda
Da Radio France Internacionale
O
presidente angolano José Eduardo dos Santos, no poder desde 1979,
confirmou nesta sexta-feira (3) que não pretende participar das eleições
gerais de agosto. Ele é um dos líderes africanos há mais tempo no
cargo. As informações são da Radio France Internacionale.
O
anúncio de Santos vira uma página na história de Angola. A
aposentadoria do mandatário, de 74 anos, vinha sendo cogitada há meses,
em meio a rumores sobre o seu estado de saúde. Ele, que chegou ao poder
em 1979, perde por apenas um mês, para o atual presidente da Guiné
Equatorial, Obiang Nguema, o título de decano dos chefes de Estado
africanos.
Santos foi por muito tempo acusado de querer promover
um de seus filhos para perpetuar o controle da família sobre o país. No
entanto, confirmando informações que vinham sendo divulgadas desde
dezembro, o presidente anunciou outro nome para substituí-lo. "O Comitê
Central do Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA) aprovou o
nome do candidato João Lourenço para as eleições de agosto", declarou
Santos na abertura de uma reunião recente do seu partido.
Lourenço,
atual ministro da Defesa e considerado moderado, deve substituir o
chefe de Estado caso o MPLA vença as próximas eleições. A Constituição
de Angola não prevê a realização de eleição presidencial no país, mas
exige que o cargo seja ocupado pelo chefe do partido que ganha as
legislativas.
O MPLA chegou ao poder em 1975, quando Angola
tornou-se independente de Portugal. José Eduardo dos Santos tomou as
rédeas do país quatro anos mais tarde, após a morte do líder histórico,
Agostinho Neto. Ele tirou Angola da guerra civil (1975-2002), mas deixa o
país, um dos maiores produtores de petróleo africano, junto com a
Nigéria, mergulhado na pobreza extrema e em uma grave crise econômica
causada pela queda do preço da commodity.
Alexandrepfilho Via Agência Brasil
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