25/06/2016
- Parintins (AM)
Com
o bumbódromo lotado, o Boi Garantido abriu às 21h15 dessa sexta-feira
(24) a 51ª edição do Festival Folclórico de Parintins, no Amazonas.
"Celebração" é o tema deste ano do bumbá vermelho, que exalta e festeja
as raízes e a diversidade cultural dos povos da amazônia. As
apresentações do Garantido foram divididas em três subtemas e o primeiro
foi a ancestralidade.
“A
amazônia é um universo grandioso de culturas e de miscigenação. E tudo
isso ficou de legado dos nossos antepassados e formou a nossa identidade
cultural. Então, na primeira noite, o Boi Garantido celebra a
ancestralidade, a nossa espiritualidade, toda essa formação cultural
miscigenada que é hoje o povo amazônida”, afirmou João Oliveira, diretor
de Arena e membro da Comissão de Arte do boi vermelho.
Durante a
apresentação, o Garantido mostrou, por meio de alegorias, música e
coreografia, o ritual indígena Karajá, que traz uma visão do “fim
apocalíptico e do renascimento”. Também foi apresentada a diversidade
cultural do boi e suas influências do folclore e de diversas religiões.
Estavam representados em um carro alegórico, por exemplo, Oxalá, da
cultura negra, Kananciuê, da cultura indígena karajá, Jesus, da cultura
branca, e Yuruparí, entidade maior do povo Aruak, do Alto Rio Negro no
Amazonas.
O
Boi Caprichoso, que tenta o bicampeonato, entrou na arena do Bumbódromo
por volta de meia-noite. O bumbá azul traz como tema este ano “Viva
Parintins”, para enaltecer a ilha tupinambarana, como também é conhecida
a cidade. “Na realidade é uma grande radiografia do que somos nós
enquanto região, enquanto política, cultura e nascedouro desse folclore
que a gente hoje desenvolve em Parintins”, disse Chico Cardoso, membro
do Conselho de Artes do Caprichoso.
Assim como o Garantido, o
boi azul também dividiu as apresentações em três subtemas. Na primeira
noite, o público assistiu a 'Viva o nosso folclore'. “A apresentação
traz elementos do folclore nordestino entrando na Amazônia, referindo-se
à grande migração que houve do Nordeste para a amazônia no período da
borracha”, acrescentou Cardoso.
O Caprichoso levou à arena do
Bumbódromo, em sua primeira apresentação, a alegoria “Tandavú, a fera
dos rios”, que representa uma lenda amazônica. Trata-se de uma crença
dos índios parintintins, de que uma criatura foi lançada há muito tempo
nas profundezas dos rios e à noite ela sussura melodias fúnebres,
provocando fortes ondas. O indígena que entra nas águas com pensamentos
malignos desperta a tandavú e é expulso por ela junto com jacarés,
ariranhas e outros animais. A apresentação do boi azul terminou às 2h40.
Ritual
indígena e lenda amazônica estão entre os 21 itens que serão avaliados
pelos sete jurados nas duas primeiras noites do Festival Folclórico de
Parintins. Neste domingo (26), último dia do evento, apenas sete itens
serão avaliados. A medida foi adotada pelos bois como forma de
economizar devido à crise econômica.
Edição: Graça Adjuto
Fonte: Agência Brasil
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