Ex-jogador de futebol está preso suspeito de estuprar adolescentes.
Justiça do Pará diz que crimes ocorreram em chácara no Tocantins.
Atacante Jobson, ex-Botafogo, deve ser transferido para o Tocantins (Foto: Reprodução GloboNews)
O juiz Celso Quim, da primeira vara de Conceição do Araguaia, sudeste do Pará, declinou da competência para julgar o
caso de estupro de vulnerável do qual são acusados o ex-jogador do
Botafogo, Jobson Leandro Pereira de Oliveira, e os amigos dele Lucas
Espindola de Lima e Gilvan de Miranda Alves. O caso foi transferido
para a comarca de Colmeia, no Tocantins. Na decisão, divulgada nesta
terça-feira (12), Celso Quin justificou que a chácara onde ocorreram os
crimes mais graves (estupro de vulnerável) está localizada na cidade de
Couto Magalhães, no Tocantins.
O ex-jogador de futebol Jobson está detido desde o último dia 23 de junho, suspeito de ter estuprado quatro adolescentes. Jobson nega as acusações. Ele está afastado dos campos por dopping até o ano de 2018.
A promotora de Justiça de Conceição do Araguaia, Cremilda Aquino da
Costa, ainda está analisando se cabe recurso. Por enquanto, a prisão de
Jobson e dos demais acusados fica mantida, mas o processo deve ser
enviado para o Tocantins.
“Lá, o Ministério Público do Tocantins analisa os autos e avalia se
ratifica o que foi feito aqui no Pará ou não. Da mesma forma, o juiz de
Colmeia pode confirmar as decisões daqui ou não, em especial quanto a
decretação de preventiva, busca e apreensão de celulares e quebra de
dados telefônicos”, explicou a promotora Cremilda Aquino da Costa.
Caso o processo seja recebido pela justiça do Tocantins, os acusados devem ser transferidos para um presídio daquele estado.
saiba mais
Denúncia- MP do Pará denuncia Jobson por estupro e divulgação de pornografia
- Adepol-PA repudia declarações de advogado do ex-jogador Jobson
- Menina de 13 anos nega estupro de Jobson em segundo depoimento
- Advogado de Jobson pede relaxamento da prisão do ex-jogador
- Mais dois suspeitos são presos no caso que envolve ex-jogador Jobson
- Jogador Jobson fica calado durante depoimento sobre estupro no Pará
- Jogador Jobson é preso suspeito de estuprar adolescentes no Pará
A denúncia do MPE cita duas acusações de estupro, contra jovens de 13 e 14 anos.
Jobson é acusado dos crimes estupro de vulnerável, ameaça,
disponibilização de fotografia pornográfica de adolescente na internet e
oferecimento de bebida alcoólica a adolescente, enquanto que Lucas Lima
e Gilvan Alves devem responder pelo oferecimento de bebidas às
adolescentes que frequentaram o local.
Conforme apurado nas investigações e depoimentos constantes do
inquérito policial, no dia 13 de junho Jobson Leandro manteve relação
sexual com uma adolescente de 13 anos. Nesse mesmo dia estavam na
Chácara da Resenha o também acusado Lucas e outras quatro adolescentes.
De acordo com o MP, nos autos consta que a adolescente de 13 anos fez
auto de reconhecimento por fotografia do acusado Jobson, ratificando que
o mesmo a levou para a chácara e lhe forneceu bebida alcoólica, tendo
mantido conjunção carnal. O auto de exame realizado na adolescente no
dia 15 de junho, prova a materialidade do crime de estupro de
vulnerável, além de reforçar os indícios concretos de que a adolescente
manteve conjunção carnal com o acusado Jobson, apesar de esta ter mudado depois o seu depoimento.
Para a promotora Cremilda Costa essa mudança
“é resultado de pressão psíquica ou intimidação exercida pela
repercussão da decretação da prisão preventiva do acusado,
materializada, especialmente, pela intervenção ilegal, tendenciosa e
obstrutiva do repórter Nildo Monteiro, o que ensejou, inclusive, a
protocolização de representação para apuração de infração administrativa
às normas de proteção à criança e adolescente”.
Coma alcoólico e ameaça
No dia seguinte, novos encontros ocorreram na chácara, dessa vez uma
das adolescentes de 14 anos ingeriu tanta bebida alcoólica e entrou em
coma. Ainda segundo o MP, nesse momento Jobson aproveitou para tirar uma
foto pornográfica nu, com a cintura próxima ao rosto da adolescente e
divulgou a fotografia em um aplicativo de mensagens instantâneas. Nesse
dia, três adolescentes estavam no local, além dos acusados Gilvan e
Lucas. Novamente foi oferecido bebida às adolescentes.
Após saber da divulgação da foto, a adolescente de 14 anos cobrou
explicações de Jobson, pois estaria sendo vítima de chacotas e disse que
iria levar o fato ao conhecimento das autoridades policiais. O acusado
então a ameaçou afirmando que mandaria seus amigos fazerem algo com ela.
“A adolescente sentiu-se intimidade, ressaltando que teme represálias
do acusado”, frisou a promotora Cremilda Costa na denúncia.
Penas
Caso seja considerado culpado em julgamento pelos crimes de estupro de
vulnerável contra as duas adolescentes, já que a segunda teve um desmaio
ou coma alcoólico, a pena prevista para cada uma é de 8 a 15 anos de
reclusão. Pela divulgação de fotografia pornográfica de adolescente a
pena prevista é de 3 a 6 anos de reclusão.
Fonte: G1 TO
Nenhum comentário:
Postar um comentário