terça-feira, 19 de julho de 2016

ÓRGÃOS DO ES E CONSTRUTORA SE PRONUNCIAM SOBRE DESABAMENTO NO GRAND PARC RESIDENCIAL

Sesp, Crea-ES, Prefeitura e a construtora falaram sobre o ocorrido.
Desabamento aconteceu durante a madrugada e deixou quatro feridos.
Do G1 ES
Área de lazer de prédio desaba na Enseada do Sua (Foto: Secundo Rezende/ TV Gazeta) 
Área de lazer de prédio desaba na Enseada do Sua (Foto: Secundo Rezende/ TV Gazeta)
A Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo (Sesp), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-ES), a Prefeitura de Vitória e a construtora responsável pela obra se pronunciaram sobre o desabamento no prédio de luxo que deixou quatro pessoas feridas e um desaparecido em Vitória.
FOTOS: drone mostra a dimensão do desabamento no condomínio
O desabamento no Grand Parc Residencial Resort, na Enseada do Suá, em Vitória, aconteceu por volta de 3h. Entre os feridos está o síndico e funcionários do condomínio. Até as 17h um porteiro continuava desaparecido.
O condomínio tem três edifícios, cada um com 29 andares. Ao todo, são 166 apartamentos. A suspeita é de que tenha acontecido uma explosão de gás.
Veja os posicionamentos:
Construtora
A construtora Cyrella disse em nota que foi surpreendida pela informação do desabamento da área externa do Grand Parc.
"O empreendimento foi construído pela Incortel Incorporações e Construções Ltda., sócio responsável pela obra. As empresas afirmam que estão apurando internamente as possíveis causas do ocorrido e que estão colaborando integralmente com as autoridades locais", diz a nota.
Moradores disseram que a construtura vai pagar diárias em um hotel próximo ao prédio, mas, procurada pelo G1 nesta tarde, a Cyrela não confirmou a informação.
A Incortel disse que disponibilizou um perito com amplo conhecimento do empreendimento para representá-la e ajudar as autoridades no trabalho de vistoria previa. Ele fará também o trabalho de perícia parar descobrir as causas do acidente.

Preliminarmente, segundo a Incortel, o perito confirma os indícios de que o problema teria acontecido na área da piscina coberta, mas calcula que os trabalhos só terão uma conclusão em cerca de 30 dias.
A diretoria da empresa, que estava em uma convenção no Rio de Janeiro, se deslocou assim que foi possível para Vitória a fim de acompanhar os trabalhos  e fornecer apoio aos moradores.

Crea-ES
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES) disse que a obra do Grand Parc está com documentação regular perante o Conselho.

Mais de 30 Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs) referentes a todas as fases da obra foram levantadas pelo Crea-ES, com seus respectivos responsáveis técnicos. A real causa do acontecimento deverá ser apurada mediante perícia técnica, após a prestação de socorro pelos bombeiros e a adoção de medidas emergenciais.
A causa do sinistro será identificada através de peritos habilitados neste Conselho.
Sesp
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (Sesp), a perícia já foi iniciada. Serão recolhidos os croquis, plantas e históricos de construção da obra para então ouvir os envolvidos. A perícia deve ser concluída no prazo legal de 30 dias. Caso ela precise de exames de laboratório de estruturas, pode ser postergado por mais 60 ou 90 dias.
“A gente ainda não vai firmar nenhum suspeito porque existe uma série de engenheiros. Cada um levanta uma suspeita e isso gera uma série de especulações e responsabilizações. Então nós só vamos falar qual foi a causa a partir do momento que isso tiver concluído pelos engenheiros da perícia”, disse o superintendente de polícia especializada, Josemar Sperandio.

Prefeitura de Vitória
A prefeitura de Vitória disse que o edifício Grand Parc teve projeto aprovado no município em 2007, ano em que começou as obras de construção da edificação, que foram concluídas em 2010.
A administração municipal esclareceu que o município aprova os projetos de edificações, acompanha se os índices urbanísticos estão sendo respeitados, faz o licenciamento da obra e certifica a sua conclusão.
Mas a responsabilidade pela elaboração de projetos, cálculos e execução de obras é do profissional técnico que assina o projeto.
Após a conclusão da obra, a lei determina que a responsabilidade pela manutenção das condições de estabilidade, segurança e salubridade dos imóveis é do proprietário do imóvel, e que o município não é responsável por acidente decorrente de deficiências do projeto.

Apesar disso, o município está presente no local por meio da Defesa Civil e de seus técnicos para fazer a interdição das três torres, desvio do trânsito e sinalização do local para evitar novos acidentes, além do apoio logístico de máquinas para subsidiar o acesso ao resgate do Corpo de Bombeiros.

Sobre o projeto de lei que propôs a manutenção periódica das edificações em Vitória pelo poder público, ele é inconstitucional e ilegal, segundo a Procuradoria Geral do Município, que recomendou veto total da proposta legislativa apresentada pela Câmara, já que lei vigente determina que a responsabilidade dessa manutenção é do responsável técnico e dos proprietários.

Defesa Civil de Vitória
De acordo com o coordenador da Defesa Civil Municipal de Vitória, Jonatham Giantorno, a  Defesa Civil foi acionada em 2011 para verificar esquadrilhas que estavam empenadas na parte de trás do prédio, num local que não tem relação com a área que veio a desabar.
“No momento de nossa vistoria do dia primeiro, em momento algum foi solicitado que fizéssemos uma vistoria na área de lazer”, disse.
O coordenador informou ainda que só o condomínio e a construtora vão dizer se os moradores podem voltar aos apartamentos, por se tratar de uma área particular.
“A defesa civil acredita que o que tenha provocado o desabamento tenha sido um colapso na estrutura da piscina, tendo em vista as imagens que apuramos e o direcionamento do desabamento”, concluiu Giantorno.
Fonte: G1 ES

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