06/08/2016 20h26
- Atualizado em
06/08/2016 21h53
Morre no Rio aos 93 anos Ivo Pitanguy morre
Médico cirurgião plástico faleceu em casa no fim da tarde.
Funeral está previsto para este domingo (7) no Memorial do Carmo.
Morreu neste sábado (6) no Rio o cirurgião plástico Ivo Pitanguy,
aos 93 anos. Ele estava em casa e sofreu uma parada cardíaca, segundo
informações de sua assessoria. O funeral está previsto para este domingo
(7) no Memorial do Carmo. Seu corpo será cremado.
Pitanguy fez do Brasil a principal referência mundial em cirurgia
plástica ao desenvolver técnicas nas áreas de estética e de reparação.
Transformou a vida de milhares de pacientes, famosos e anônimos. Formou
gerações e gerações de alunos, novos cirurgiões que aprenderam com ele a
respeitar e valorizar a autoestima dos pacientes.
saiba mais
Além da carreira médica, se destacou também como escritor, vindo a se
tornar membro da Academia Brasileira de Letras. Ele foi eleito em 1990 o
quarto ocupante da Cadeira 22.
Pitanguy amava o trabalho, a harmonia e a natureza. Costumava dizer que
nunca conseguia definir o conceito de beleza, mas sempre que a
encontrou soube percebê-la. Também falava que a cirurgia plástica é uma
tentativa de buscar a harmonia entre corpo e espírito, a emoção e o
racional.
Em junho, ele foi hospitalizado para tratar de uma infecção. Desde
setembro do ano passado, quando apresentou um problema renal durante uma
viagem a Paris, passou a se submeter a sessões de hemodiálise.
Nesta sexta (5), em uma cadeira de rodas, o médico empunhou a tocha
olímpica na Gávea, Zona Sul do Rio, bairro onde está localizada sua
clínica de cirurgia plástica.
Pitanguy deixou mulher, quatro filhos e cinco netos.
Pitanguy nasceu no dia 5 de julho de 1926 em Belo Horizonte, filho do
médico cirurgião Antonio de Campos Pitanguy e de Maria Stäel Jardim de
Campos Pitanguy. Em 1955 se casou com Marilu Nascimento, com quem teve
quatro filhos: Ivo, Gisela, Helcius e Bernardo.
Trajetória profissional
Começou sua formação na Faculdade de Medicina da Universidade Federal
de Minas Gerais e se formou pela Universidade Federal do Rio de Janeiro,
em 1946. Por mais de 10 anos continuou se especializando em cirurgia
plástica e fez estágios em serviços de cirurgia plástica nos Estados
Unidos e na Europa.
Após uma temporada fora do país, voltou ao Brasil para trabalhar como
chefe na 19ª enfermaria do Serviço de Cirurgia da Santa Casa, que foi o
primeiro serviço de cirurgia de mão em toda a América do Sul, quando a
especialização ainda era incipiente no país.
Um de seus mestres foi o francês Marc Iselin, um dos criadores da
cirurgia de mão e referência no atendimento de pessoas mutiladas da 2ª
Guerra Mundial, com quem trabalhou como assistente em Paris.
Depois desta experiência, trabalhou como chefe do Serviço de
Queimaduras e de Cirurgia Reparadora do Hospital Souza Aguiar. Também
criou a 38ª Enfermaria da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro,
que atendia pacientes de baixa renda.
Era professor titular do Curso de Especialização em Cirurgia Plástica
da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, desde 1960, e de
outros cursos em outras instituições. Também foi professor convidado em
hospitais, universidades e associações de Cirurgia Plástica de diversos
países.
O
cirurgião Ivo Pitanguy conduziu a tocha olímpica no Rio na sexta-feira
(5) (Foto: Alessandro Buzas/Futura Press/Estadão Conteúdo)
Tinha o título de doutor honoris causa por diversas universidades,
entre elas Universidade de Tel Aviv, Israel (1986), Universidad Autónoma
de Guadalajara, Jalisco, México (2002) e Universidade Federal do Estado
do Rio de Janeiro (29/04/2016).
Também recebeu uma série de homenagens de diferentes instituições,
sendo que neste ano foi homenageado pela Sociedade Brasileira de
Cirurgia Plástica, cedendo seu nome para o “Museu da Sociedade
Brasileira de Cirurgia Plástica Ivo Pitanguy”.
Em 1989, o Papa João Paulo II lhe concedeu o Prêmio Cultura da Paz.
Também recebeu da Unesco o Prêmio pela Divulgação Internacional da
Pesquisa Médica.
Era é autor de aproximadamente 800 trabalhos científicos em revistas brasileiras e internacionais, além de diversos livros.
Fonte: G1 Rio
Nenhum comentário:
Postar um comentário