22/08/2016 19h52
- Atualizado em
22/08/2016 20h23
Jornalista Geneton Moraes Neto morre no Rio, aos 60 anos
Repórter estava internado desde maio.
Desde o começo dos anos 1980, o jornalista trabalhava na Globo.
Geneton Moraes Neto tinha 60 anos (Foto: Reprodução GloboNews)
O jornalista e escritor Geneton Moraes Neto
morreu nesta segunda-feira (22) no Rio, aos 60 anos, vítima de um
aneurisma na artéria aorta. Ele estava internado na Clínica São Vicente,
na Gávea, Zona Sul da cidade, desde maio. Deixa a viúva, Elizabeth,
três filhos, Joana, Clara e Daniel, e quatro netos, Beatriz, Dora, João
Philippe e Francisco.
Com mais de 40 anos de carreira no jornalismo, Geneton era um
apaixonado pelo exercício da reportagem, função que ele afirmava ser a
"realmente importante" no jornalismo. Trabalhava na Globo desde o início
dos anos de 1980. Foi editor do RJTV, editor-executivo e editor-chefe
do Jornal da Globo, editor do Jornal Nacional, repórter e editor-chefe
do Fantástico.
Desde 2006, produzia reportagens especiais para a GloboNews. Em agosto de 2009, estreou um blog no G1, que manteve atualizado até abril de 2016.
Pernambucano, nasceu, como gostava de enfatizar, "numa sexta-feira 13
[de julho], num beco sem saída, numa cidade pobre da América do Sul:
Recife". Saiu do referido beco sem saída para ganhar o mundo fazendo
jornalismo. Seus primeiros passos na profissão foi aos 13 anos de idade,
escrevendo artigos amadores para o "Diário de Pernambuco" onde, poucos
anos depois, conseguiu seu primeiro emprego.
Geneton entrevistou seis presidentes da República, três astronautas que
pisaram na Lua, os prêmios Nobel Desmond Tutu e Jimmy Carter, os dois
militares que dispararam as bombas sobre Hiroshima e Nagasaki, a mais
jovem passageira do Titanic e o assassino de Martin Luther King, entre
muitos outros personagens históricos.
Guardava as fitas brutas de todas as suas entrevistas. Parte delas ele
enviava para o Centro de Documentação da Globo, outra guardava em casa.
"Todo profissional precisa de uma bandeira. Escolhi uma: fazer
jornalismo é produzir memória. De certa forma, é o que me move", afirmou
o jornalista em depoimento ao Memória Globo.
Além de reportagens, Geneton Moraes Neto publicou diversos livros,
dentre eles “Hitler/Satalin: o Pacto Maldito”, “Nitroglicerina Pura”, “O
Dossiê Drummond: a Última Entrevista do Poeta”, “Dossiê Brasil”,
“Dossiê 50: os Onze Jogadores Revelam os Segredos da Maior Tragédia do
Futebol Brasileiro”, “Dossiê Moscou, “Dossiê História: um repórter
encontra personagens e testemunhas de grandes tragédias da história
mundial” e “Dossiê Gabeira”.
Geneton em entrevista a Carlos Heitor Cony para o ‘Dossiê GloboNews’ (Foto: Globo / Divulgação)
O jornalista também produziu documentários como o “Canções do Exílio”,
exibido no Canal Brasil, com depoimentos de Caetano Veloso, Gilberto
Gil, Jorge Mautner e Jards Macalé, sobre o período em que moraram em
Londres, e “Garrafas ao Mar: a Víbora Manda Lembranças”, que reúne
entrevistas que ele gravou nos 20 anos de convivência com o jornalista
Joel Silveira, um dos maiores repórteres brasileiros.
Em 2012, Geneton recebeu a Medalha João Ribeiro concedida anualmente
pela Academia Brasileira de Letras (ABL) a personalidades que se
destacam na área de cultura.
Veja vídeos de Geneton Moraes Neto:Entrevista exibida no Fantástico com o escritor Ariano Suassuna em 2007
Fonte: G1 RJ
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