Renan defende participação mais direta do PSDB no governo
- 19/08/2016 14h50publicação
- Brasílialocalização
Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil
Após se reunir com a presidenta afastada,
Dilma Rousseff, e prestes a se encontrar com o presidente interino,
Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros, disse hoje (19)
que considera positiva uma participação mais direta do PSDB no atual
governo e que o PMDB tem experiência para não deixar que a relação com
os tucanos repita a “relação periférica” que teve com o PT no governo
anterior.
Ao deixar o Palácio da Alvorada, Renan falou com a
imprensa logo após a reunião que teve com a presidenta afastada. Segundo
ele, a conversa com Dilma foi “institucional” e, como sempre, “muito
boa e agradável”. O senador não entrou em detalhes sobre os temas
abordados ao longo de quase duas horas de reunião, mas disse que "do
ponto de vista pessoal [Dilma] está muito bem e animada”, disse ele.
“Não
tratamos nada específico. Eu fiz uma avaliação sobre como enxergo a
conjuntura. A presidenta, da mesma forma [fez sua avaliação]. Essa
avaliação dos dois lados tem de se encerrar na própria conversa, e não
pode ser revelada", disse ele. Renan contou que explicou à presidenta o
roteiro que foi estabelecido para a sessão que irá julga-la a partir do
dia 25.
“Ela vai comparecer. Fez questão de dizer isso, e disse
que ficará à disposição para responder qualquer pergunta. Conversamos
sobre a duração do processo e do próprio julgamento e sobre a
participação dela no processo”, acrescentou. “Mas ela em nenhum momento
adiantou o que iria fazer ou deixar de fazer no dia do julgamento, nem
sobre expectativas [de reversão de votos] e sobre como é que vai se
desdobrar o julgamento. Da mesma forma eu não especifiquei como devo,
enquanto presidente do Senado, me posicionar”, completou Renan.
PSDB
Renan
comentou a tendência de aproximação entre o seu partido (PMDB) e o
PSDB. “Acho que é fundamental esse espaço e a participação mais direta
do PSDB no governo e na definição de diretrizes na especificação de
políticas públicas. E acho que o PMDB tem muita experiência para não
repetir na relação com o PSDB a relação periférica que o partido teve
com o PT no governo anterior.”
O presidente do Senado tem marcada,
para esta tarde, em São Paulo, uma reunião com Michel Temer, a equipe
econômica, e com os líderes do governo na Câmara e no Senado. A
expectativa é de que, entre os assuntos a serem conversados com Temer,
esteja a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Desvinculação das
Receitas da União (DRU).
“Vou participar dessa reunião na condição
de presidente do Senado. Certamente nós vamos tratar dessas coisas
[DRU] na conversa que teremos logo mais em São Paulo. Eu, mais do que
nunca, entendo que precisamos ter uma agenda econômica suprapartidária
no Brasil. E essa agenda, num momento de crise fiscal, tem de ser
priorizada”, disse Renan.
Ele reiterou que não tem, até o momento,
uma posição sobre se votará ou como votará durante a sessão que poderá
resultar no afastamento definitivo de Dilma, da Presidência da
República. “Tenho conduzido o processo com isenção, responsabilidade e
equilíbrio. É exatamente isso que me impede de declarar o que vou fazer e
o que não vou fazer no dia de julgamento”, disse ele.
“Eu já
disse que não votaria na admissibilidade, na pronúncia, e que pretendia
não votar no julgamento. Estou em pleno processo de decisão. Procurei
estar em todos momentos com isenção e responsabilidade, como presidente
de uma casa que tem democrática divergência”, completou.
Edição: Denise Griesinger
Fonte: Agência Brasil
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