Senadores retiram nome de lista e votação pode ser antes da meia-noite
Antonio Cruz/ Agência Brasil
Seguindo
o exemplo dos senadores do PSDB, que aceitaram retirar suas inscrições
para falar na sessão de pronúncia do impeachment da presidenta Dilma
Rousseff, mais oito parlamentares retiraram o nome da lista de inscritos
para discursar nesta noite. Com isso, a votação do relatório de Antonio
Anastasia (PSDB-MG) poderá ocorrer antes da meia-noite desta
terça-feira.
A retirada foi articulada pelo líder do PMDB, Eunício
Oliveira (CE), que também abriu mão de falar na tentativa de tornar
mais rápida a votação. Além dele, os senadores Garibaldi Alves
(PMDB-RN), Wilder Moraes (DEM-GO), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Ciro
Nogueira (PP-PI), Romero Jucá (PMDB-RR), Raimundo Lira (PMDB-PB), José
Maranhão (PMDB-MA) e Zezé Perrela (PTB-MG) abdicaram do direito de
discursar.
O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) aceitou
reduzir seu tempo de fala de 10 para 5 minutos. “Com essa retirada,
vamos ganhar quase três horas”, afirmou Eunício Oliveira em entrevista
ao sair para o intervalo da sessão, que também foi reduzido de uma hora
para 30 minutos. Mais cedo, seis senadores do PSDB abriram mão de falar para serem representados pelo presidente do partido, Aécio Neves (MG).
“Estamos ganhando tempo, ganhando prazo. Mesmo porque hoje é apenas a
pronúncia da presidenta. Tanto é que o quórum [para aprovação] é maioria
simples. O julgamento mesmo virá depois”, disse Eunício. Segundo o
senador, o objetivo é evitar que o julgamento de Dilma seja concluído
somente em setembro. “Estamos ganhando tempo para não postergarmos isso
para o mês que vem.”
Defensora de Dilma, a senadora Vanessa
Grazziotin (PCdoB-AM) considerou a manobra para acelerar a sessão
“lamentável”. “Eles já tinham orientado seus senadores a não se
inscreverem. Como alguns, mesmo assim, se inscreveram, estão agora
pressionando esses senadores fortemente para retirar os nomes a fim de
que a votação ocorra até a meia-noite de hoje e o julgamento, antes do
mês que vem.”
No dia 2 de setembro, o presidente interino Michel
Temer participará da reunião do G20 (grupo formado pelas 20 maiores
economias do mundo), e sua base de apoio entende que será melhor que ele
viaje com o processo de impeachment concluído no Brasil, para se apresentar como presidente da República, e não mais como interino.
Edição: Nádia Franco
Fonte: Agência Brasil
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