Seu bolso
Modalidade
criada para ser uma facilidade por ter juros mais baixos pode ser uma
armadilha se o consumidor acumular prestações demais
por Portal Brasil
publicado:
06/09/2016 15h35
última modificação:
06/09/2016 15h51
Marcos Santos/USP Imagen
O empréstimo com
desconto em folha, chamado de consignado, é a opção mais barata entre os
produtos financeiros disponíveis, mas é preciso cuidado para não
transformar uma facilidade em problema. Mesmo sendo uma operação com
taxas mais baixas, planejamento é essencial antes de contratar o
empréstimo.
Para ajudar na tomada de decisão antes de contratar esse tipo de
operação, o Portal Brasil conversou com especialistas e pegou algumas
dicas. Duas estão entre as mais importantes: evite acumular prestações e
empréstimos consignados; e não comprometa mais de 25% do salário com
essa operação.
Essas duas dicas servem também de alerta. Os juros baixos e a
facilidade de acesso a essa linha de crédito acaba levando as pessoas a
fazerem uma série de operações seguidas, sem calcular se aquele volume
de prestações cabe no orçamento e, sem perceber, o cliente acaba
superendividado, com a maior parte da renda comprometida com o
consignado.
“O consignado era para tirar a demanda de consumo inconsciente, só
que ele passou a ser mais um produto no mercado”, ponderou Ronalde Lins,
economista do Conselho Federal de Economia (Cofecon).
“Atualmente, 88% dos servidores em Brasília estão endividados
ou superendividados com o consignado. Em alguns casos, ele toma
praticamente todo o salário da pessoa com essa operação financeira”,
relatou.
Como funciona o crédito consignado
Como não existe um boleto ou uma fatura, algumas pessoas contratam o
consignado e esquecem de acompanhar mensalmente os descontos na folha de
pagamento. Depois de algum tempo, acabam fazendo novas operações sem
sequer checar se há espaço para novos empréstimos.
O especialista ainda explicou que o empréstimo consignado vai
descontar as prestações diretamente do seu salário, ou seja, ele vai
ficar menor durante o período de parcelamento da dívida. Por isso, é
preciso evitar fazer novas prestações até quitar a operação para não
comprometer o orçamento.
“Tem de planejar para não cair nas armadilhas do grande consignado.
Algumas famílias têm até dez empréstimos no consignado, e isso é
preocupante porque toma todo o orçamento familiar”, afirmou Lins.
Como usar o crédito consignado
O ideal é não usar essa linha apenas para consumo ou gastos
supérfluos. Pegar o empréstimo consignado para quitar operações mais
caras, como o rotativo do cartão de crédito ou o cheque especial, cujas
taxas podem superar os 300% ao ano, é uma boa estratégia – neste caso o
consignado é usado para trocar uma dívida cara por outra mais barata.
A recomendação é não comprometer mais de 25% da renda com o crédito
consignado. No entanto, se você chegou a esse limite, um sinal de alerta
está aceso, e se as contas estiverem apertadas demais, renegociar essas
dívidas pode ser a melhor opção para evitar inadimplência e mais
complicações.
Fonte: Portal Brasil, com informações da Cofecon
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