quarta-feira, 5 de outubro de 2016

GREVE DOS BANCÁRIOS COMPLETA 30 DIAS E AFETA 92% DAS AGÊNCIAS DO DF

05/10/2016 

Funcionários de 600 das 650 unidades aderiram à mobilização, diz sindicato.
Greve é a maior desde 2004; trabalhadores reivindicam aumento de 14,78%.

Gabriel LuizDo G1 DF
Agência na avenida Araucárias, em Águas Claras, amanhece com cartazes indicando greve dos bancários, iniciada nesta terça-feira (6) (Foto: Lucas Nanini/G1)Agência na avenida Araucárias, em Águas Claras, amanhece com cartazes indicando greve dos bancários (Foto: Lucas Nanini/G1)
Completando 30 dias nesta quarta-feira (5), a greve dos bancários afeta 92% das agências do Distrito Federal. Segundo o sindicato da categoria, 600 das 650 unidades do DF estavam fechadas parcialciamente ou totalmente até a noite desta terça. A entidade estima que 70% dos 31 mil bancários tenham aderido à paralisação. É a maior greve desde 2004.
Os trabalhadores reivindicam reajuste de 14,78% (sendo 5% de aumento real), valorização do piso salarial – no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho) – e PLR de três salários mais R$ 8.317,90. O piso da categoria no DF é de R$ 1,9 mil. A última proposta dos bancos foi de aumento de 7% e abono salarial de R$ 3,5 mil – que foi em seguida rejeitada.
Uma nova reunião entre trabalhadores e patrões deve ocorrer às 17h desta quarta. O sindicato dos bancários do DF estima, no entanto, que uma decisão sobre a continuidade de greve só deve sair a partir desta quinta.
Historicamente, a greve mais longa da categoria foi em 1951. Durou 69 dias e resultou na criação do dia dos bancários.
Serviços mantidos
Com o atendimento físico fica afetado pela greve, os clientes podem fazer saques, transferências e outras operações por canais alternativos. Como opções, há caixas eletrônicos, internet banking, aplicativos no celular (mobile banking), telefone, casas lotéricas, agências dos Correios, redes de supermercados e outros estabelecimentos credenciados.

A falta de profissionais nas agências provocam transtornos em casos de clientes que não conseguem sacar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) ou receber um novo cartão de crédito.
O secretário de imprensa da Contraf, Gerson Carlos Pereira, disse reconhecer os transtornos causados pela paralisação, mas afirmou que a greve é a única forma de a categoria buscar um reajuste que considera justo. “A gente pede desculpas para esse povo que está sofrendo nesses 30 dias, mas a gente também pede a compreensão deles”, declarou.
Bancários do DF decidem iniciar greve em assembleia nesta segunda-feira (5) (Foto: Sindicato dos Bancários de Brasília/Divulgação)Bancários do DF decidem iniciar greve em assembleia (Foto: Sindicato dos Bancários de Brasília/Divulgação)









“Ninguém gosta de fazer greve, mas a população tem que entender também que somos pais de família, nós pagamos nossas contas também. Então nós precisamos também ter um salário justo", continuou Pereira.
G1 procurou o Banco Central para questionar o impacto da paralisação sobre serviços bancários. Segundo o BC, os dados das operações no mês de setembro, quando foi iniciada a greve, serão publicados somente no final de outubro.
Em caso de problemas, o sindicato dos bancários do DF recomendou registrar reclamações no Banco Central, na ouvidoria da agência, no Procon e na Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
Greve anterior
última greve da categoria começou em 6 de outubro de 2015 e terminou 20 dias depois. À época, os trabalhadores pediam reajuste de 16%, mas aceitaram a proposta da Fenaban de aumento de 10%.
Fonte: G1 DF

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