17/11/2016
Cleonaldo Joaquim responde por homicídio e ocultação de cadáver.
MP alegou risco de parcialidade do júri e sugeriu mudança de Comarca.
Os desembargadores do TJRN acataram pedido do Ministério Público para
que o júri popular do réu Cleonaldo Joaquim de Oliveira fosse realizado
na Comarca de Natal. Cleonaldo é policial militar e ex-presidente da Casa Legislativa de Vera Cruz
e foi acusado de ter sido o mandante do assassinato de um homem,
suposto autor de um latrocínio que resultou na morte do pai dele, em
2012.
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Cleonaldo de Oliveira foi pronunciado pela Comarca de Monte Alegre
pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver, devendo ser submetido a
julgamento pelo Tribunal do Júri Popular, em data ainda não definida.
No pedido de desaforamento, o Ministério Público alegou risco de
parcialidade do júri, diante do que definiu como "forte influência
política e social do réu na região Agreste do Estado". O MP também
destacou que foram noticiadas tentativas de pessoas, diretamente ligadas
ao ex-vereador, de intimidar testemunhas no curso da instrução
processual, o que seria igualmente possível de ocorrer em direção aos
potenciais jurados.
A decisão no TJRN também destacou o risco na integridade física do
acusado ou de sua segurança pessoal, o que inviabiliza o exercício da
ampla defesa. O julgamento do pedido teve a relatoria do desembargador
Expedito Ferreira, o qual foi acompanhado à unanimidade de votos, com
base nos artigos 388 e 389 e 427 e 428. ambos do Código de Processo
Penal.
Local onde o carro foi desenterrado (Foto: Henrique Dovalle, da Inter TV Cabugi)
Outros crimes
Em 2012, Cleonaldo foi preso pela Polícia Civil, acusado de porte
ilegal de armas e receptação. Após pagar fiança, foi libertado. Naquela
ocasião, ele também foi indiciado pelo assassinato de Erival Lopes da
Silva, de 37 anos, morto por quatro disparos de arma de fogo. O vereador
se entregou à polícia e confessou o assassinato.
Ainda naquele ano, A Polícia Civil encontrou em uma propriedade dele,
na zona rural da cidade, um veículo carbonizado enterrado e uma ossada
humana. A polícia acredita que os ossos são de um jovem desaparecido
desde dezembro de 2009. Os indícios que levaram os policiais a esta
constatação são o fato de que o homem teria sido visto pela última vez
dirigindo um Kadett, carro que se assemelhava ao encontrado carbonizado
na propriedade. Segundo a polícia, o jovem sumiu na região próxima ao
local onde foi achada a ossada.
Fonte: G1 RN
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