18/11/2016
Firma de advocacia de Adriana Ancelmo teria lavado dinheiro de corrupção.
Segundo o MP, entidade patronal pagou mais de R$ 13 milhões a escritório.
O escritório de advocacia de Adriana Ancelmo, ex-primeira-dama do
estado do Rio, também está na mira do Ministério Público Federal (MPF). A
suspeita é de que Adriana pode ter ocultado proveitos da atividade
criminosa do marido, o ex-governador Sérgio Cabral, preso na
quinta-feira (17).
Segundo os promotores, o escritório de Adriana teve um crescimento
vertiginoso durante os dois mandatos de Cabral. Alguns pagamentos
chamaram a atenção do MPF por envolver empresas suspeitas de lavar
dinheiro para a organização criminosa: o escritório recebeu quase R$ 2
milhões das empresas Reginaves e Hotel Portobello.
Ainda segundo os investigadores, o escritório da ex-primeira-dama
também recebeu dinheiro de quatro concessionárias de serviços públicos.
Juntas, Metrô Rio, CEG, Oi/Telemar e Light pagaram quase R$ 17 milhões.
Também chamou a atenção dos procuradores o assombroso volume de dinheiro que a Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio) desembolsou para o escritório de Adriana Ancelmo entre 2013 e 2016: mais de R$ 13 milhões.
Segundo o MPF, esse valor supera a soma de todos os clientes nos anos
anteriores a 2013. Há um pedido de investigação do Ministério Público no
Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a contratação de escritórios de
advocacia pela Fecomércio.
As defesas de Sérgio Cabral e de Adriana Ancelmo não quiseram se pronunciar.
Em nota, o diretor de comunicação da Light, Guilherme Calvi, informa
que o escritório Ancelmo Advogados, da ex-primeira-dama do estado,
presta serviço para a empresa na área trabalhista, pelo qual recebe R$
34.584 por mês, ou R$ 35,29 por processo.
Ainda segundo o diretor da Light, o valor é o mesmo pago a outros
escritórios da área trabalhista que também prestam serviços à
distribuidora de energia. "Não há, portanto, distinção ou favorecimento
ao escritório em questão", diz a nota.
Já a CEG, em sua defesa, esclarece que mantém contratos com mais de 25
escritórios de advocacia e que o escritório Ancelmo Advogados presta
serviços à empresa há cerca de dois anos, exclusivamente em ações do
Juizado de Pequenas Causas, questões trabalhistas e recuperação de
créditos junto a clientes privados.
Também em nota, o MetrôRio esclarece que o escritório de Adriana
Ancelmo não trabalha para a empresa desde 2014 e era um dos 35, de
diferentes áreas de especialização, contratados a preços de mercado para
processos cíveis e trabalhistas.
Fonte: G1 Rio
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