21/12/2016 17h03
Salvador
Sayonara Moreno - Correspondente da Agência Brasil
A hipótese de que o consumo de peixe vem causando uma doença misteriosa em Salvador provocou
uma redução de quase 70% nas vendas de pescado, principalmente no
litoral Norte, região de praias famosas e bem freqüentadas neste verão.
A
informação é da Federação dos Pescadores e Aquicultores do Estado da
Bahia (Fapesba), que emitiu, hoje (21), uma nota onde “condena o boato”
de que a causa da doença é o pescado em geral.
Segundo o
presidente da Fapesba, Raimundo Costa, os boatos alimentam o pânico na
população, que deixa de consumir peixes e causa impacto na renda dos
trabalhadores que têm a pesca como fonte de renda, sobretudo, no período
da alta estação, que começa agora em dezembro.
“Nós já estamos
passando por uma crise financeira nacional, e essa informação em plena
véspera de Natal, Ano Novo, chegada do verão e o fluxo de turismo
aumentando, impacta qualquer comércio ligado ao pescado. Isso interferiu
na economia dos trabalhadores e na economia do estado também,
sobretudo, de Salvador”, argumenta.
Dores musculares e febre
Até
ontem (20), a Secretaria de Saúde da Bahia havia notificado 22 pessoas
com fortes dores musculares, sem relatos de dores de cabeça ou febre e
com identificação de urina preta , além de insuficiência renal em alguns
pacientes.
A Fapesba destacou, na nota de hoje, que os casos
registrados estão sendo investigados pelo Laboratório de Virologia da
Universidade Federal da Bahia, que identificou a presença de vírus nas
amostras de sangue dos pacientes.
O pesquisador do laboratório, Gúbio Soares, disse à Agência Brasil
que as causas dos sintomas devem ser confirmadas até o fim do ano. Ele
opinou que a associação da doença ao consumo de peixes é precoce,
argumento utilizado, também, pela Fapesb.
Ao fim da nota, a
Federação dos Pescadores diz que a população é advertida sobre o consumo
de peixes, que não apresentam riscos comprovados, quando manuseados e
conservados de forma higiênica e adequada. O texto reitera a importância
de se comer peixes e acrescenta que “sua vulnerabilidade à contaminação
é a mesma de qualquer outro alimento”.
Edição: Kleber Sampaio
Fonte: Agência Brasil
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