14/12/2016 17h10
- Brasília
Mariana Branco – Repórter da Agência Brasil
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles,
confirmou hoje (14) que o governo estuda flexibilizar o Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), permitindo o uso de parte dos
recursos para o pagamento de dívidas. Segundo Meirelles, a questão será
definida amanhã (15), antes do anúncio previsto de medidas de estímulo à
economia.
“Estamos estudando, sim, a questão do FGTS, se é
realmente justificável e quais os impactos econômicos de se permitir que
o trabalhador use uma parcela para pagar dívidas de alto custo. Toda
essa relação de medidas será discutida e decidida amanhã com o
presidente da República. A mesma coisa em relação à regularização de
débitos tributários”, declarou, referindo-se à possibilidade de novo
Refis, programa que facilita o pagamento de dívidas das empresas com o
Fisco.
Saiba Mais
Meirelles
falou a jornalistas após um almoço com a bancada do PSDB no Senado.
Segundo o ministro, no encontro, houve a programação de um esquema de
trabalho entre a equipe econômica e o partido da base aliada, prevendo
“consultas e sugestões constantes”.
Para o ministro, a aprovação
em segundo turno da PEC do Teto de Gastos pelo Senado ontem (13)
demonstrou que a agenda de reforma econômica continua forte apesar da
crise política. A PEC vincula os gastos públicos à inflação do ano
anterior por um período de 20 anos.
“Evidentemente [a crise]
pode, de um lado, aumentar a incerteza. Mas, por outro, a aprovação da
PEC mostra que a agenda continua forte, imperturbável e seguindo o
cronograma. Hoje os mercados estavam relativamente calmos por causa da
aprovação da PEC”, afirmou Meirelles.
O ministro também
demonstrou confiança na aprovação da reforma da Previdência, enviada
pelo governo ao Congresso este mês. Na avaliação dele, debater os termos
propostos pelo governo é “legítimo”. A reforma formatada pelo Planalto
prevê idade mínima de 65 anos para homens e mulheres se aposentarem e um
tempo mínimo de contribuição de 25 anos.
“Esse tipo de reforma
não se faz sem debate. Em dito isso, a avaliação que recebi dos
senadores é que esse debate seguirá normalmente. O senso de
responsabilidade dos congressistas em relação à situação do país e,
principalmente, da insustentabilidade do presente ritmo dos gastos
públicos é o que vai prevalecer neste momento”, disse o ministro da
Fazenda.
Edição: Juliana Andrade
Fonte: Agência Brasil
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