16/12/2016 18h16
Brasília
André Richter - Repórter da Agência Brasil
O Ministério Público Eleitoral (MPE) concluiu pela "existência de
fortes traços de fraude e desvios de recursos" na movimentação dos
recursos da chapa Dilma-Temer, vencedora das eleições presidenciais de
2014. A constatação está em um relatório feito pela força-tarefa criada
pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para analisar as contas da
campanha.
Peritos da Polícia Federal também concluíram que
"recursos em tese destinados à campanha eleitoral foram, na verdade,
desviados e direcionados ao enriquecimento ilícito sem causa de pessoas
físicas e jurídicas diversas para benefício próprio".
Em dezembro
de 2014, as contas da campanha da então presidenta Dilma Rousseff e seu
companheiro de chapa, Michel Temer, foram aprovadas com ressalvas, por
unanimidade, no TSE. No entanto, o processo foi reaberto porque o PSDB
questionou a aprovação por entender que há irregularidades nas
prestações de contas apresentadas por Dilma. Conforme entendimento atual
do TSE, a prestação contábil da chapa é julgada em conjunto.
Incosistências
Em
nota divulgada à imprensa, o advogado da coligação de Dilma e Temer
afirmou que as conclusões dos peritos são genéricas e “pecam pela
inconsistência e pela falta de conclusões concretas”. De acordo com
Flávio Caetano, os peritos deixaram de examinar 8 mil documentos
juntados pelos advogados da coligação para provar que não houve
irregularidades.
“É inadmissível que após quase 2 anos de intensa
investigação sobre as contas da chapa Dilma-Temer, inclusive com quebra
de sigilos bancários de pessoas físicas e jurídicas, tenha-se concluído
de forma genérica por supostos traços de fraude e desvio. O referido
laudo não apresenta nenhum fato, nem qualquer documento que embase suas
conclusões genéricas. Laudo pericial deve ser feito para produzir
provas, não se prestando a meras ilações ou conjecturas”, diz a nota. O
Palácio do Planalto informou que não vai se pronunciar sobre o relatório
do MPE.
Edição: Amanda Cieglinski
Fonte: Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário