segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

FAMILIARES E AMIGOS DÃO ADEUS ÀS VÍTIMAS DA CHACINA DURANTE ENTERRO

12 pessoas morreram assassinadas numa festa de réveillon em Campinas.
Sepultamento foi nesta segunda; atirador foi enterrado em Jaguariúna.
Do G1 Campinas e Região
Centenas de pessoas, entre amigos, familiares e gente que se comoveu com a tragédia, acompanharam o sepultamento das 12 vítimas da chacina de Campinas (SP) na manhã desta segunda-feira (2). O enterro ocorreu no Cemitério da Saudade.
Um sobrevivente que estava hospitalizado teve alta nesta segunda do Hospital de Clínicas da Unicamp e, mesmo em uma cadeira de rodas, acompanhou o enterro. Ele tem 58 anos e foi baleado com dois tiros. Perdeu a filha, a mãe, três irmãs e cinco sobrinhos. Não quis falar com a imprensa.
O crime aconteceu na noite de réveillon enquanto uma família festejava a passagem de ano. O ex-marido de uma das vítimas invadiu o local armado, atirou nos parentes dela, matou a mulher, o filho de 8 anos, e cometeu suicídio em seguida.
Os corpos começaram a ser velados, todos juntos, no fim da tarde deste domingo (1º). Nessa manhã, as duas salas onde os corpos foram colocados ficaram lotadas.
Jornalistas acompanharam de longe o sepultamento de Isamara e João Victor, em Campinas (Foto: Murillo Gomes / G1) 
Jornalistas acompanharam de longe o sepultamento de Isamara e João Victor, em Campinas (Foto: Murillo Gomes / G1)
Por conta da quantidade de vítimas, os sepultamentos ocorreram de dois em dois, em sequência, desde as 9h. Os parentes da ex-mulher e do filho do atirador foram os primeiros a serem enterrados.
Por último ficaram os corpos de Isamara, do irmão dela e do filho, João Victor. Por volta das 11h30, a família deles pediu que a imprensa se afastasse do túmulo durante o sepultamento. O enterro das vítimas terminou às 11h50.
Vítimas da chacina são enterradas em Campinas (Foto: Murillo Gomes / G1) 
Vítimas da chacina são enterradas em Campinas (Foto: Murillo Gomes / G1)
Alguns caixões foram abertos para o último adeus dos familiares e amigos. Houve salvas de palmas e muita comoção.
Os corredores do cemitério ficaram tomados de pessoas perto das sepulturas e muitos jornalistas.
Lista de vítimas
Isamara Filier
João Victor Filier de Araujo
Rafael Filier
Liliane Ferreira Donato
Alessandra Ferreira de Freitas
Antonia Dalva Ferreira de Freitas
Abadia das Graças Ferreira
Paulo de Almeida
Ana Luzia Ferreira
Larissa Ferreira de Almeida
Luzia Maia Ferreira
Carolina de Oliveira Batista
Clique e saiba quais as relações familiares entre as vítimas.
Luto de três dias
O prefeito reeleito de Campinas, Jonas Donizette, decretou luto oficial de três dias, a contar desta segunda. Em nota, a Prefeitura diz que a tragédia familiar ocorrida na noite do réveillon é a maior deste tipo já registrada na cidade.
"O prefeito ressalta o seu sentimento de consternação e de solidariedade a todos os familiares e amigos das vítimas", diz a nota.
Vítimas da chacina são enterradas em Campinas (Foto: Murillo Gomes / G1) 
Vítimas da chacina são enterradas em Campinas (Foto: Murillo Gomes / G1)
Eu vim pra rezar por eles, desejar que tenham um pouco de paz agora"
Paulo Fernandes, farmacêutico
Comoção de desconhecidos
Paulo Fernandes é farmacêutico e não conhecia as vítimas, mas se comoveu com a história.
"A minha filha me falou disso que aconteceu ontem, hora que acordei do ano novo. Eu vim pra rezar por eles, desejar que tenham um pouco de paz agora. Foi tudo muito triste, ninguém queria começar o ano assim", diz.
Vítimas da chacina são enterradas em Campinas (Foto: Murillo Gomes / G1) 
Vítimas da chacina são enterradas em Campinas (Foto: Murillo Gomes / G1)
Assassinatos no réveillon
As 12 vítimas estavam comemorando a virada do ano em uma casa em Campinas quando Sidnei Ramis de Araujo, de 46 anos, invadiu o local atirando. Os disparos atingiram 15 pessoas, sendo que 11 moreram na hora, uma morreu a caminho do hospital e três ficaram feridas e estão fora de perigo.
Dois adolescentes e uma mulher com uma bebê de colo conseguiram escapar dos disparos.
O motivo da chacina tem relação com uma briga entre ele e a ex-mulher, Isamara Filier, de 41 anos, pela guarda do filho de 8 anos. Sidnei foi armado com dois carregadores e também tinha 10 artefatos - supostos explosivos - presos ao corpo. Após atirar na ex-mulher e no filho, Sidnei se matou.
O corpo de Sidnei foi sepultado em Jaguariúna, também na manhã desta segunda.
Investigação
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo divulgou nota neste domingo, afirmando que o caso segue em investigação em um inquérito policial no 3º Distrito Policial de Campinas. Segundo a nota, testemunhas estão sendo ouvidas para auxiliar no trabalho de apuração. Todo material apreendido será periciado pelo Instituto de Criminalística (IC).
Fonte: G1 Campinas e Região

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