01/02/2017
Tel Aviv
Augusto Queiroz
Israel
anunciou nesta quarta-feira (1) a construção de mais três mil casas em
assentamentos judaicos na Cisjordânia. Este é o quarto anúncio de
ampliação da colonização israelense em territórios ocupados palestinos
desde a chegada de Donald Trump à Casa Branca, há duas semanas. A
decisão confirma a dinâmica israelense adotada após a mudança de governo
em Washington, já que Trump tem dado declarações de apoio a Israel. As
informações são da Radio France Internacionale.
Os
assentamentos civis israelenses nos territórios palestinos ocupados são
ilegais do ponto de vista do direito internacional. Este é um dos
maiores obstáculos para o emperrado processo de paz entre israelenses e
palestinos, e ameaça a criação de um Estado palestino independente que
coexistiria com Israel, a solução internacional defendida por muitos
para acabar com o conflito.
O anúncio das novas construções
também pode ser analisado como uma concessão adicional aos partidários
da colonização da Palestina por Israel, no momento em que as autoridades
israelenses foram obrigadas pela Suprema Corte do país a desmantelar
uma colônia judaica simbólica na Cisjordânia até 8 de fevereiro, numa
batalha jurídica e política que já dura há anos.
A retirada dos
330 colonos que moram no assentamento da colina de Amona, perto de
Ramala, construído ilegalmente em terras privadas palestinas, começou na
manhã de hoje (1o). Centenas de policiais enviados ao local encontraram
uma situação tensa. Os moradores se negam a deixar a área e dezenas de
jovens garantem que vão resistir. Nessa madrugada, eles colocaram fogo
em pneus e lançaram pedras contra jornalistas.
Apesar das
críticas e da preocupação da comunidade internacional e dos palestinos, o
primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que se encontrará com
Donald Trump no dia 15 de fevereiro, em Washington, disse que Israel
vai continuar a erguer casas nas colônias.
Alexandrepfilho Via Agência Brasil
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