20/02/2017 13h18
São Paulo
Marli Moreira - Repórter da Agência Brasil
O
presidente Michel Temer manifestou-se hoje (20) otimista com o impulso
que o setor agrícola do país poderá dar para a retomada do crescimento
econômico, a partir de medidas de incentivo como o processo de
desburocratização. Ele acredita que a participação dos negócios no
mercado mundial deverá aumentar acima da meta, que é a de passar de 7%
para 10% em cinco anos. O presidente participou da cerimônia de
lançamento do Plano Agro+SP, no World Trade Center, na zona sul da
capital.
Falando a uma plateia de representantes do agronegócio,
ele reagiu aos que cobram atitudes mais pragmáticas do governo federal
contra a crise econômica. Afirmou que ao iniciar a gestão, nesses
últimos nove meses, encontrou um ambiente de “fortíssima recessão” e que
o primeiro passo foi sair dessa condição.
Para demonstrar esse
avanço, lembrou que a “Petrobras estava no fundo do poço, mas que seu
valor de mercado está 145% maior” e que as ações de outras estatais
também se valorizaram. Além disso, destacou o resultado favorável da
gradual queda da inflação, com a taxa chegando ao menor nível em 20 anos
no último mês de janeiro, e com tendência de atingir variação abaixo de
4,5%, portanto com chance de ficar abaixo do teto da meta. Em
consequência, observou, a situação converge para que a taxa básica de
juros, a Selic, possa continuar caindo, favorecendo “o resgate da
confiança” e dos investimentos.
“Somos um governo reformista.
Queremos um país entrando nos trilhos”, disse ele, acrescentando que
para levar o Brasil ao crescimento econômico são necessárias medidas de
controle de gastos públicos. Segundo o presidente, nesse curto espaço de
tempo já foi alcançada uma redução no déficit público, que passou de R$
170 bilhões para R$ 140 bilhões. Temer reconhece, no entanto, que o
saldo negativo ainda é alto e que precisa ser combatido. Nesse sentido,
considera essencial a continuidade do encaminhamento de mudanças
estruturais.
Ele afirmou que a reforma na área de educação vai
devolver a qualidade do ensino e, quanto às demais reformas, como a da
Previdência, que estará empenhado em implementá-las. O presidenter
procurou desfazer comentários da oposição, que, segundo ele, diz aos
trabalhadores: “estão roubando os seus direitos". "Não é nada disso”,
afirmou Temer, ao garantir que não se mexerá nos direitos adquiridos.
O
presidente foi bastante aplaudido ao defender a redução da carga
tributária. Também informou que pretende dar um empurrão na reforma
política “Se conseguir fazer isso, me darei por satisfeito”.
Ele
reafirmou que o desenvolvimento agrícola está entre as prioridades de
seu governo e anunciou a intenção de participar da Agrishow, o maior
evento do setor, que ocorre em Ribeirão Preto, no interior paulista.
Segundo Temer, a agricultura tem sido a principal abordagem em todas as
conversas com os outros países.
Presente ao evento, o ministro da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, disse que é
intenção do governo ampliar as negociações com o México, aproveitando o
espaço deixado pela política do novo presidente norte-americano, Donald
Trump.Agro+SP
O Agro+ SP faz parte da política do Ministério da Agricultura para incentivar as exportações. No ano passado, as vendas externas do agronegócio paulista atingiram R$ 17,92 bilhões, com alta de 12,8% sobre 2015. Entre os setores em alta estão o complexo sucroalcooleiro, carnes, sucos, produtos florestais e complexo de soja.
São Paulo é o segundo estado a contar com o plano, o Agro+ estadual. O primeiro foi o Rio Grande do Sul e o próximo será Rondônia, que tem lançamento programado para 13 de março. O Distrito Federal está com lançamento agendado para a segunda quinzena de maio, durante a feira AgroBrasília. Os estados de Mato Grosso, Pernambuco, do Rio Grande do Norte, da Bahia, do Rio de Janeiro e de Goiás já demonstraram interesse ou estão com seus planos avançados.
O
objetivo é desburocratizar as atividades, reduzindo os custos de
produção e ampliando o fluxo de negócios. O ministro da agricultura
informou que a pasta recebeu até agora 400 demandas, das quais já foram
atendidas em torno de 300. Entre as demandas está a questão de rótulos
de produtos que exigiram a presença física dos empreendedores para a
liberação. Agora, a tramitação dos pedidos e da autorização ocorre por
meio de um programa online. Outra demanda, lembrou o ministro, é
quanto à temperatura interna dos alimentos embalados que tinham de ser
mantidos a 18 graus negativos. Agora, passou a ser adotado o padrão de
outros países, baixando para 12 graus negativos.
Edição: Graça Adjuto
Fonte: Agência Brasil
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