03/05/2017 Brasília
Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil
A Polícia Federal (PF) e o Ministério da Transparência,
Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram hoje (4),
em Mato Grosso do Sul, a segunda fase da Operação Toque de Midas, que
apura desvios de recursos na prefeitura de Paranhos que fica a cerca de
500 quilômetros de Campo Grande. Segundo a investigação da PF, a
prefeitura pode ter desviado R$ 270 mil em licitações na área de
educação.
Hoje estão sendo cumpridos quatro mandados de busca e
apreensão em órgãos públicos, estabelecimentos comerciais e residências
localizados no município de Paranhos e na capital Campo Grande, além do
sequestro de valores em contas bancárias de duas empresas.
A
fiscalização constatou, até o momento, irregularidade em dois pregões
realizados em 2015 para aquisição de kits escolares e livros
paradidáticos, destinados à rede municipal de ensino de Paranhos. Entre
as fraudes apuradas, estão a manipulação das cotações de preços, com
objetivo de elevar o valor de referência da licitação, e o
superfaturamento e sobrepreço.
De acordo com as investigações, em
apenas um dos itens dos pregões foi apurado o superfaturamento de mais
de 367% na compra de 1,4 mil livros sobre educação ambiental.
Considerando os cerca de R$ 84 mil pagos indevidamente, o valor seria
suficiente para a compra de mais de 5,2 mil exemplares ao preço
normalmente praticado pelo mercado.
Segundo o secretário de
Governo da prefeitura de Paranhos, Aldinar Ramos Dias, os desvios
ocorreram na gestão anterior. "A equipe de licitação foi toda
substituída e o prefeito [Dirceu Bettoni] tem prezado pela
transparência", afirmou.
A primeira fase da operação ocorreu no
início de abril. A ação teve por objetivo desarticular organização
criminosa especializada em fraudar licitações de merenda escolar, no
município de Paranhos (MS). O prejuízo estimado foi de R$ 400 mil.
O
nome da operação faz referência à expressão oriunda da mitologia grega,
ao simbolizar que o enriquecimento fácil pode se voltar contra o
beneficiado, como castigo pela ganância.
A Agência Brasil não conseguiu localizar a equipe a frente da última gestão da prefeitura.
Edição: Maria Claudia
Fonte: Agencia Brasil
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