21/02/2017 10h18
Recife
Sumaia Villela - Correspondente da Agência Brasil
Uma grande ação criminosa planejada para roubar o cofre da
empresa de transporte de valores Brinks, na Estância, deixou um rastro
de confrontos com a polícia e aterrorizou moradores de diversos bairros
da zona oeste com os tiroteios ouvidos durante a madrugada de hoje (21).
Cerca
de 20 criminosos, segundo a Polícia Militar (PM), fizeram parte da ação
que explodiu o muro da loja de conveniência de um posto de combustível
que fica ao lado da empresa para ter acesso direto à sala do cofre, o
que indicaria o conhecimento do interior do prédio. O cofre também foi
explodido, mas não há informações sobre os valores roubados.
O
comandante da PM, coronel Vanildo Maranhão, empossado ontem (20) no
cargo, disse, em entrevista a uma emissora local de televisão, que o
grupo é “altamente organizado, preparado e treinado”, e não tinha
sotaque pernambucano, mas do Sudeste ou Sul do país.
Para
consumar o roubo, a quadrilha fez um cerco de 360 graus à empresa por
volta das 2h da madrugada. Além de fazer cinco pontos de bloqueio em
vias dos arredores, uma blitz do Batalhão de Policiamento de
Trânsito, que fica perto da transportadora de valores foi atacada pelos
bandidos. Um policial foi baleado na perna com um tiro de fuzil. A PM
informou que o militar foi levado ao Hospital da Restauração e passa
bem.
Enquanto o grupo estava no interior da empresa arrombando o
cofre, a Batalhão de Polícia de Radiopatrulha chegou ao local e fez o
cerco. A Companhia Independente de Operações Especiais entrou no prédio
com o grupo tático, e houve novo confronto com os criminosos. Dois
policiais foram baleados de raspão, um no braço e o outro na orelha.
Ambos foram socorridos e passam bem, sem risco de morte.
O
interior do prédio ficou bastante danificado, assim como a loja de
conveniência usada para que os assaltantes tivessem acesso à
transportadora. Além disso, vídeos divulgados em redes sociais mostram o
barulho do tiroteio intenso e prolongado, ouvido em diferentes pontos
da cidade, que durou mais de uma hora. Na rua, dois veículos blindados,
uma Blazer e uma Hillux, foram abandonados nos arredores. Em um dos veículos foi encontrado um fuzil, além de munição e carregadores.
Em
vários pontos da cidade, o grupo fez trincheiras com carros incendiados
para atrapalhar a perseguição feita pela polícia, o que transofrmou o
Recife em um cenário de guerra. Até agora, ninguém foi preso.
A
transportadora de valores Brinks divulgou nota afirmando que está
colaborando com as investigações. Segundo a companhia, nenhum
trabalhador ficou ferido na ação.
Edição: Valéria Aguiar
Fonte: Agência Brasil
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