05/02/2017
Belo Horizonte
Leo Rodrigues - Correspondente da Agência Brasil
O
telescópio russo que está sendo montado no Observatório do Pico dos
Dias, em Brazópolis (MG), começará a operar no fim deste mês. Segundo o
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI), o
processo de montagem, que começou em novembro do ano passado, está na
reta final.
O telescópio será voltado para o monitoramento de lixo espacial
e para diagnosticar possíveis colisões com a Terra. A sua instalação é
resultado de um acordo assinado em abril do ano passado com a Agência
Espacial Russa, que se comprometeu com um investimento estimado em R$10
milhões. Em contrapartida, o Brasil ofereceria estrutura para operação
do equipamento, além de arcar com os custos de energia e internet, entre
outros.
A parceria faz parte da segunda etapa de uma pesquisa
desenvolvida pela Rússia, que já tem em seu território um telescópio
voltado para o mapeamento de lixo espacial. Os russo buscavam um
parceiro do Hemisfério Sul e encontraram condições favoráveis no
Observatório do Pico dos Dias, que é gerenciado pelo Laboratório
Nacional de Astrofísica, vinculado ao MCTI.
A posição geográfica é
um dos fatores que contribuiu para a escolha do local. Os telescópios
no Brasil e na Rússia estarão em uma posição que possibilitará a captura
de imagens complementares. Além disso, a região tem um céu que favorece
a observação.
O Observatório do Pico dos Dias está situado a
cerca de 1,8 mil metros de altitude. Ele já tem mais quatro telescópios.
O equipamento russo será o mais avançado em funcionamento no Brasil.
Com 75 cm de abertura, ele terá campo de visão mais abrangente e será
capaz de mapear área maior que qualquer outro instalado em solo
nacional.
Benefícios
Um dos benefícios da
parceria para o Brasil é permitir que ele possa se preparar melhor para
o lançamento de satélites, uma vez que terá dados mais detalhados dos
percursos do lixo espacial. Há inúmeras peças grandes viajando na órbita
da Terra e suas trajetórias precisam ser observadas para prevenir um
impacto que pode ser destruidor. Atualmente, para colocar em órbita um
novo equipamento, o Brasil precisa seguir recomendações da Nasa, a
agência espacial norte-americana. No entanto, a agência não fornece
informações detalhadas. Com o novo telescópio, haverá mais elementos
para escolher a melhor órbita.
As imagens geradas pelo
equipamento também vão contribuir com a pesquisa brasileira, favorecendo
estudos sobre asteroides, cometas e estrelas. Todos os dados e fotos
ficarão disponíveis para a comunidade científica. Os interessados
precisarão fazer uma requisição ao Laboratório Nacional de Astrofísica.
Edição: Graça Adjuto
Alexandrepfilho Via Agência Brasil
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