Do G1 RS
A exploração de minérios em Caçapava do Sul provoca polêmica no Rio
Grande do Sul. De um lado estão os que defendem o desenvolvimento
econômico da região, mas outro grupo teme prejuízos ambientais.
O projeto foi discutido mais uma vez em uma audiência pública, em uma
propriedade em Palmas, no interior de Bagé. Cerca de 500 pessoas entre
políticos, produtores rurais e ambientalistas se reuniram nesta
sexta-feira (7).
Eles são contra a instalação de três minas em uma área próxima ao Rio
Camaquã. Nelas seriam extraídos zinco, cobre e chumbo. O empreendimento é
da Votortanin Metais.
“Em todos os lugares do mundo onde existe mineração a céu aberto,
principalmente de metal pesado, praticamente destrói a produção
primária, destrói num raio da mina de 150, 200 km. Os produtos são
totalmente depreciados”, diz o produtor rural Guilherme Collares.
“A nossa luta não é contra a mineração, mas pelo que ela vai causar no
nosso Rio Camaquã, para a nossa comunidade, para os ribeirinhos, como
essa propriedade onde estamos hoje”, explica o prefeito de Amaral
Ferrador, Nataniel Cância.
A bacia do Rio Camaquã tem uma extensão de cerca de 400 quilômetros e
atinge 28 municípios. Ela é considerada a mais preservada do Bioma Pampa. Desde que foi anunciado a possível instalação da mina, cinco audiências públicas foram realizadas para discutir a proposta.
Um pedido de licença prévia de operação está na Fundação Estadual de
Proteção Ambiental (Fepam), que solicitou à empresa mais informações
sobre o projeto. O prazo de entrega é até fevereiro do ano que vem.
Para a bióloga Jaqueline Durigon, que é professora da Universidade
Federal do Rio Grande (FURG), as minas ficariam na cabeceira de várias
nascentes, o que comprometeria a bacia do Rio Camaquã.
“Se algo acontecer em cabeceira de bacia vai afetar os outros
municípios que estão ao longo do rio, como Camaquã, Cristal, São
Lourenço do Sul e vários outros municípios”, alerta.
O engenheiro Paul Cézanne, líder do projeto, diz que o empreendimento
tem as melhores práticas de engenharia e gestão ambiental do mundo, e
que a água utilizada no processo de extração e limpeza dos minérios será
totalmente reaproveitada.
“Toda a água que é utilizada no processo de beneficiamento vai ser
tratada em estações de tratamento específicas dentro da nossa planta de
beneficiamento e vai ser reutilizada no processo. Não existe nenhum tipo
de descarte de e fluente para o meio ambiente”, frisa ele.
Dos 28 municípios que fazem parte da bacia do Rio Camapuã, dois são a
favor do projeto. O prefeito de Caçapava do Sul estima crescimento de
20% no orçamento do município e ainda a geração de 450 empregos diretos e
mais 3,6 mil indiretos.
“O chumbo já está lá, assim como o cobre, assim como o zinco e vários
outros minérios que o município de Caçapava do Sul foi agraciado pela
natureza em que se encontra no seu solo. O que nós queremos
simplesmente, o que a empresa quer, é extrair esse minério. Tirar ele do
solo, colocar num caminhão e levar”, diz o prefeito Giovani Amestoy.
Fonte: G1 RS
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