sexta-feira, 7 de abril de 2017

EXPLORAÇÃO DE MINÉRIOS PERTO DO RIO CAMAQUÃ PROVOCA POLÊMICA NO RS

Do G1 RS
A exploração de minérios em Caçapava do Sul provoca polêmica no Rio Grande do Sul. De um lado estão os que defendem o desenvolvimento econômico da região, mas outro grupo teme prejuízos ambientais.
Exploração de minérios provoca polêmica na Campanha gaúcha
O projeto foi discutido mais uma vez em uma audiência pública, em uma propriedade em Palmas, no interior de Bagé. Cerca de 500 pessoas entre políticos, produtores rurais e ambientalistas se reuniram nesta sexta-feira (7).
Eles são contra a instalação de três minas em uma área próxima ao Rio Camaquã. Nelas seriam extraídos zinco, cobre e chumbo. O empreendimento é da Votortanin Metais.
“Em todos os lugares do mundo onde existe mineração a céu aberto, principalmente de metal pesado, praticamente destrói a produção primária, destrói num raio da mina de 150, 200 km. Os produtos são totalmente depreciados”, diz o produtor rural Guilherme Collares.
“A nossa luta não é contra a mineração, mas pelo que ela vai causar no nosso Rio Camaquã, para a nossa comunidade, para os ribeirinhos, como essa propriedade onde estamos hoje”, explica o prefeito de Amaral Ferrador, Nataniel Cância.
A bacia do Rio Camaquã tem uma extensão de cerca de 400 quilômetros e atinge 28 municípios. Ela é considerada a mais preservada do Bioma Pampa. Desde que foi anunciado a possível instalação da mina, cinco audiências públicas foram realizadas para discutir a proposta.
Um pedido de licença prévia de operação está na Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), que solicitou à empresa mais informações sobre o projeto. O prazo de entrega é até fevereiro do ano que vem.
Para a bióloga Jaqueline Durigon, que é professora da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), as minas ficariam na cabeceira de várias nascentes, o que comprometeria a bacia do Rio Camaquã.
“Se algo acontecer em cabeceira de bacia vai afetar os outros municípios que estão ao longo do rio, como Camaquã, Cristal, São Lourenço do Sul e vários outros municípios”, alerta.
O engenheiro Paul Cézanne, líder do projeto, diz que o empreendimento tem as melhores práticas de engenharia e gestão ambiental do mundo, e que a água utilizada no processo de extração e limpeza dos minérios será totalmente reaproveitada.
“Toda a água que é utilizada no processo de beneficiamento vai ser tratada em estações de tratamento específicas dentro da nossa planta de beneficiamento e vai ser reutilizada no processo. Não existe nenhum tipo de descarte de e fluente para o meio ambiente”, frisa ele.
Dos 28 municípios que fazem parte da bacia do Rio Camapuã, dois são a favor do projeto. O prefeito de Caçapava do Sul estima crescimento de 20% no orçamento do município e ainda a geração de 450 empregos diretos e mais 3,6 mil indiretos.
“O chumbo já está lá, assim como o cobre, assim como o zinco e vários outros minérios que o município de Caçapava do Sul foi agraciado pela natureza em que se encontra no seu solo. O que nós queremos simplesmente, o que a empresa quer, é extrair esse minério. Tirar ele do solo, colocar num caminhão e levar”, diz o prefeito Giovani Amestoy. 
Fonte: G1 RS

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