05/07/2016
Autoridades muçulmanas condenaram o
atentado a Mesquita do Profeta na cidade sagrada saudita de Medina nesta
segunda-feira (4), a poucos dias do fim do Ramadã, o mês de jejum dos
muçulmanos. Segundo a rede americana CNN, quatro morreram e um ficou
ferido.
O atentado de Medina, a segunda cidade
sagrada do Islã, depois de Meca, ocorreu durante as orações do
entardecer na Mesquita do Profeta, onde Maomé está enterrado.
Os seguranças suspeitaram de um homem
que estava no estacionamento. Ao ver a aproximação dos agentes de
segurança, ele detonou os explosivos que estavam no cinturão.
Os ataques não foram reivindicados, mas
as suspeitas apontam para o grupo extremista Estado Islâmico (EI), que
encorajou seus seguidores a lançar atentados durante o Ramadã. Nas
últimas semanas, o grupo extremista reivindicou ou teve atribuídos
massacres em Orlando, Istambul, Daca e Bagdá.
Indignação
Maomé passou os 10 últimos anos de sua
vida em Medina, onde morreu no ano 632. A escolha da cidade como alvo
provocou uma profunda indignação entre autoridades sunitas e xiitas, e
também no Irã, o grande rival regional da Arábia Saudita.
A Al-Azhar, principal autoridade do Islã
sunita, com sede no Cairo, condenou o atentado, e destacou “a santidade
das casas de Deus, em particular a Mesquita do Profeta”. “Este crime,
que deixa as pessoas de cabelo em pé, não pode ter sido lançado por
alguém que tenha um átomo de fé no coração”, disse Abdullah al Sheikh,
chefe do principal órgão assessor da monarquia saudita.
Mesmo o governo do Irã, que mantém uma
forte rivalidade com Riad manifestada nas guerras de Síria e Iêmen,
também condenou o ataque.
“Os terroristas já não têm limites. Os
sunitas e os xiitas continuarão sendo vítimas a menos que permaneçam
unidos”, comentou no Twitter o ministro das Relações Exteriores
iraniano, Mohammad Javad Zarif.
O movimento xiita libanês Hezbollah
encarou no atentado de Medina “um novo sinal de desprezo dos terroristas
por tudo que os muçulmanos consideram sagrado”.
No Iraque, o porta-voz do ministério das
Relações Exteriores, Ahmed Jamal, estimou que os atentados da Arábia
Saudita “deixam em evidência a ideologia desviada” defendida por
organizações como o Estado Islâmico.
“O terrorismo não faz distinções entre
as religiões, os povos e os valores sagrados”, declarou o
primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, cujo país sofreu muitos
atentados no último ano.
Onda de atentados
Na segunda-feira ocorreram outros dois atentados suicidas em diferentes regiões do reino.
Em Qatif (leste), uma cidade
majoritariamente xiita, um suicida detonou seus explosivos diante de uma
mesquita, sem deixar vítimas, informaram testemunhas à AFP.
Antes, ao amanhecer houve um primeiro
ataque diante do consulado americano na cidade de Jidá, às margens do
Mar Vermelho, no 4 de julho, data em que os norte-americanos festejam a
independência.
De acordo com o ministério do Interior,
dois agentes de vigilância suspeitaram de um indivíduo que estava em um
carro no estacionamento do hospital Suleiman Faqeeh, diante do consulado
americano, país que na segunda-feira celebrava o aniversário de sua
independência.
Quando os agentes se aproximaram, “o
homem detonou o cinturão de explosivos dentro do estacionamento”,
indicou o comunicado. Os dois guardas ficaram levemente feridos.
Verdade Gospel.
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