29/08/2016 13h57
- Rio de Janeiro
Nielmar de Oliveira - Repórter da Agência Brasil
A
taxa de fecundidade do país caiu de 6,16 filhos por mulher para apenas
1,57 filhos em pouco mais de sete décadas – de 1940 para 2014. Em
contrapartida, a expectativa de vida da população aumentou 41,7 anos em
pouco mais de um século. Em 1990, a expectativa de vida era de 33,7
anos, dando um salto significativo em pouco mais de 11 décadas,
atingindo 75,4 anos em 2014.
Estas e outras constatações fazem parte do livro Brasil: uma visão geográfica e ambiental do início do século XXI,
que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está
lançando hoje (29). Segundo o órgão, a publicação tem por objetivo
“ampliar o conhecimento das alterações ocorridas no território
brasileiro como resultado das transformações econômicas, demográficas,
políticas e ambientais nas últimas décadas”.
Dividido em nove
capítulos, a obra - escrita por pesquisadores do IBGE e organizada pela
geógrafa Adma Hamam de Figueiredo - aborda pontos relevantes da
realidade contemporânea, reinterpretados pela análise geográfica, ao
mesmo tempo em que atualiza a edição anterior, lançada em 1995.
Transformação
A
abordagem é sobre a formação territorial e demográfica do país, da
relação entre geografia e urbanização, da ocupação do território pela
agropecuária, do desenvolvimento local e da diversidade cultural, dando
maior visibilidade à formação territorial e demográfica à partir do
inicio do século passado.
Os dados destacados acima fazem
parte do capítulo 2 da publicação, onde os técnicos do instituto
procuram traçar um breve histórico do processo demográfico, onde faz uma
reflexão tanto sobre a transição da fecundidade no país nas últimas
décadas quanto sobre a evolução das taxas de mortalidade e de
expectativa de vida no período.
Na avaliação do IBGE, essa
“radical transformação do padrão demográfico corresponde a uma das mais
importantes modificações estruturais verificadas na sociedade
brasileira, com reduções na taxa de crescimento populacional (de 2,01%
entre 1872 e 1890 para 1,17% entre 2000 e 2010) e alterações na
estrutura etária, com crescimento mais lento no número de crianças e
adolescentes (cujo percentual era de 42,6% em 1940, devendo chegar a
14,1% em 2050), paralelamente a um aumento da população em idade ativa e
de pessoas idosas (4,1% em 1940, com projeção de 29,4% para 2050).
Povoamento
No
primeiro capítulo do livro, os responsáveis pela publicação procuram
abordar o processo de povoamento e construção regional, apontando os
caminhos que levaram à unidade territorial do país, através da noção de
modernização, desenvolvimentismo e de projeto nacional.
A
conclusão é que a marcha do povoamento mantém, ainda nos dias atuais, a
divisão geográfica historicamente estabelecida entre o litoral “mais
densamente ocupado” e o interior, “onde as áreas adensadas são definidas
por eixos, hidrovias e adensamentos urbanos”. Nesse aspecto, a análise
sobre urbanização aborda legislação e empresas de serviços avançados.
Municípios
“A
delimitação dos espaços urbanos, analisada no capítulo 3, mostra que,
no Brasil, os critérios para demarcação desses espaços têm sido
estabelecidos em termos legais, “o que os torna passíveis de influência
da conjuntura política”.
Inevitavelmente, isso leva à
constatação de uma outra forma de expansão desses espaços: as
emancipações municipais, que criam novas cidades, tema que produz
intensas discussões, especialmente no que tange aos aspectos financeiros
dela decorrentes.
Nesse aspecto, segundo o IBGE, houve uma
enorme ampliação tanto do número de cidades quanto no tamanho da
população. Em 1940, o número de cidades era de menos de duas mil, número
que passou para 5.565 em 2010.
Território
O
capítulo 5 centra as análises na questão territorial descrita pela
ótica da ocupação agrícola e da diversidade ambiental. Sob o subtítulo Evolução do espaço rural brasileiro,
o capítulo abrange o período de 1940 a 2006, épocac em que, segundo os
técnicos, “a estrutura e a configuração do processo produtivo
agropecuário se consolidam no território brasileiro”.
A analise é
que em todo esse período houve a persistência de uma estrutura
fundiária de concentração extrema, em que a grande produção monocultora
predominou, a despeito de diversas iniciativas de apoio à pequena
produção.
O capítulo procura traçar um amplo panorama da
trajetória geográfica do processo de ocupação do espaço rural brasileiro
e abordar a evolução do número e do tamanho dos estabelecimentos
rurais, bem como a utilização de terras, considerando as áreas das
principais atividades produtivas, o total de pessoas ocupadas, o número
de tratores e os efetivos da pecuária, sobretudo bovinos.
Edição: Armando Cardoso
Fonte: Agência Brasil
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