Marli Moreira/ Repórter da Agência Brasil
- 12/11/2016 16h48publicação
- São Paulolocalização
Marli Moreira - Repórter da Agência Brasil
Quatro
dos cinco corpos dos jovens mortos em uma emboscada que teria sido
arquitetada para vingar o assassinato de um guarda civil metropolitano
estão sendo velados no Cemitério da Vila Alpina, na zona leste da
capital paulista, onde também serão sepultados. Parentes emocionados
chegaram ao local gritando por justiça. “Queremos os assassinos na
cadeia”.
O velório que começou às 16h tem a participação de
amigos e familiares, e representantes da Organização Não Governamental
(ONG), Rio de Paz. Vestidos de preto, eles exibiam faixas pedindo ao
governo de São Paulo para esclarecer o caso. Também estão presentes
membros do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana de São Paulo
(Codepe).
Residentes da região de São Mateus, na zona leste, os
rapazes estavam desaparecidos desde o último dia 21 de outubro e apenas,
no último domingo (6), os corpos foram localizados em um matagal, na
cidade de Mogi das Cruzes, a leste da Grande São Paulo. No dia em que
desapareceram, os jovens tinham saído de casa para ir à uma festa, em
Ribeirão Pires.
Esse compromisso foi combinado por meio de uma
rede social com o falso perfil de uma garota. Na verdade, quem atraiu o
grupo foi o guarda civil metropolitano de Santo André, município do ABC
paulista, Rodrigo Gonçalves Oliveira, que está preso desde ontem (10).
Segundo a diretora do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à
Pessoa (DHPP), Elizabete Sato, ele admitiu ter um perfil feminino falso
no Facebook e ter usado essa identidade para convidar jovens para uma
festa fictícia em uma chácara.
Em depoimento, Oliveira disse que
já tinha a conta na rede social há um ano e que no último mês começou a
se corresponder com dois dos jovens mortos - César Augusto Gomes Silva,
de 20 anos, e Caique Henrique Machado Silva, 18 anos. Outros integrantes
da corporação também estão sendo investigados de envolvimento.
Para
o cemitério de Vila Alpina foram encaminhados os corpos de Jonathan
Moreira Ferreira, 18 anos; César Augusto Gomes Silva, 20; Caique
Henrique Machado Silva, 18 e Robson de Paula, 17. O corpo de Jones
Ferreira Januário, de 30 anos, ainda não tinha sido liberado até à tarde
de hoje (11). Por desencontro de informações, os pais dele que são
separados vieram para o cemitério de Vila Alpina, acreditando que o
corpo do filho estaria aqui. Eles foram surpreendidos com a notícia de
que nem sequer havia sido liberado, e que também a filha do casal
estaria tratando do enterro em Vila Formosa.
De acordo com Cheila
Olalla, membro do Condepe, como as mortes ocorreram em Mogi das Cruzes e
a perícia no Instituto Médico Legal Central de São Paulo, dificultou
os trâmites burocráticos para os enterros. Ela informou que os
familiares chegaram a solicitar uma perícia paralela dos corpos porque, à
princípio, ficaram desconfiados sobre a identificação, já que foram
aconselhados a não ver os restos mortais que estavam bastante
deteriorados.
Edição: Valéria Aguiar
Fonte: Agência Brasil
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