30/12/2016
Movimento nas estradas aumenta bastante na época de Ano Novo.
De janeiro a novembro deste ano, 1.510 pessoas morreram em acidentes.
Em 2016, de janeiro a novembro, as vidas de 1.510 pessoas foram
ceifadas em acidentes de trânsito no Rio Grande do Sul. Os dados são do
Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RS), que mostram ainda que o
número diminuiu um pouco em relação ao mesmo período do ano anterior,
quando foram 1.574 mortes nas estradas gaúchas.
Acidente deixou cinco mortos da mesma família
na antevéspera do Natal (Foto: Divulgação/CRBM)
na antevéspera do Natal (Foto: Divulgação/CRBM)
Ainda assim, o índice é bastante elevado. Nesta época do ano, o movimento nas rodovias aumenta, em função dos festejos de fim de ano e das férias de verão.
Nos últimos dias, uma infeliz coincidência dominou três episódios: famílias foram dizimadas,
em acidentes. Trágico, ainda mais em uma época em que milhares pegam a
estrada. O encontro tão esperado, porém, às vezes pode ser interrompido a
qualquer momento, por qualquer distração.
“Tem um volume maior de pessoas [nas estradas], o que leva à maior
probabilidade de acidentes. As pessoas se tornam agitadas, ansiosas, com
desejo de chegar rapidamente aos seus destinos. Isso leva ao aumento de
velocidade. A falta de atenção, principalmente, acaba levando a essa
acidentalidade maior”, analisa o professor de engenharia da Universidade
do Vale do Rio do Sinos e especialista em trânsito, João Hermes
Nogueira Junqueira, em entrevista ao G1.
Vinécia Herr, 30 anos, e o filho Adrian, 7: morreram
em acidente (Foto: Reprodução/Facebook)
em acidente (Foto: Reprodução/Facebook)
No feriado de Natal deste ano, morreram 15 pessoas. Na antevéspera da
data, em 23 de dezembro, uma família inteira perdeu a vida no choque com
um caminhão na ERS-324 em Trindade do Sul, na Região Norte.
Na colisão, morreram Vinécia Herr, de 30 anos, e o filho dela Adrian
Herr, de 7; o irmão de Vinécia, Claudinei Herr, de 25 anos, e a noiva
dele, que estava grávida, Renata Mendonça Tobias, de 29 anos; e o pai de
Vinécia e Claudinei, Osvaldo Herr, de 59 anos. Vinécia e o filho moravam na Espanha e viajaram ao Brasil para passar o Natal e a virada do ano com a família em Novo Machado, na Região Noroeste.
No mesmo período, outro acidente vitimou Nilvio Soares, 40 anos; o
filho dele, Evandro da Rocha Ribeiro Soares, 9 anos; e a mulher Rose
Carla da Rocha Ribeiro Soares, 41 anos. Eles estavam em uma carreta que tombou na pista. Uma criança de quatro anos sobreviveu. Foi na RSC-472, em Tenente Portela, também no Noroeste.
A violência no trânsito reflete o número de óbitos neste Natal, que subiu em comparação ao ano passado. Os índices divulgados no início da semana pelo Detran-RS apontam
que entre os dias 23 e 25 de dezembro de 2016, 15 pessoas perderam a
vida, enquanto os acidentes no Natal de 2015 vitimaram 11 pessoas em
cinco dias.
Em relação ao último Ano Novo, foram 20 mortes registradas.
Historicamente, o Réveillon não está entre os feriados mais violentos
no trânsito, mas o grande movimento esperado nas estradas inspira
cuidados redobrados. Por isso, houve reforço na fiscalização, que vai aé domingo (1°).
Entre especialistas, há o consenso de que a prevenção ainda é a melhor
caminho para a reduzir as estatísticas. "Muitas vezes não somos nós que
causamos o acidente, mas acabamos nos envolvendo nele. A gente tem que
ter em mente que a direção defensiva é importante. Manter uma distância
segura do carro da frente, não infringir as regras. Se tem faixa
contínua, não fazer ultrapassagens", lista Junqueira.
"As pessoas precisam se programar, em termos de planejamento da sua
viagem. O veículo pode dar algum problema. O motorista precisa fazer as
revisões. Viajar é um potencial risco de acidente. Procure ter mais
atenção, andar dentro do limite da velocidade permitida, evite usar o
celular enquanto dirige e siga a viagem com tranquilidade", completa.
Fonte: G1 RS
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