Por Markus DaSilva, Th.D.
O cristianismo é uma religião ao mesmo tempo inclusivista e
exclusivista. Inclusivista porque o convite é feito a todos (Jo 3:16).
Exclusivista porque o verdadeiro cristianismo, aquele ensinado por
Cristo, apresenta apenas duas opções para o ser humano: a que leva à
felicidade eterna e a que leva à perdição eterna (Jo 14:6). Uma opção
exclui a outra. Essas duas opções permeiam o evangelho: dois caminhos,
duas portas (Mt 7:13-14), duas árvores (Mt 7:18), duas casas construídas
(Mt 7:24-27), duas sementes (Mt 13:24-25) … etc. Sempre duas opções
apresentadas ao ser humano para que ele saiba de uma forma simples a
consequência, boa ou ruim, do exercício do seu livre arbítrio.
Ao limitar a salvação do indivíduo a uma, de apenas duas opções, Jesus
nos deixa bem claro que a escolha deve ser feita com cautela, sabendo
que não existem variações. Quando respondemos com um sim ao bater de
Cristo na nossa porta (Ap 3:20), estamos escolhendo segui-lo de acordo
com os termos por ele imposto. Não existe aqui a menor possibilidade de
negociação. O Senhor não nos chama para dialogar, mas sim para obedecer.
Na conhecida parábola das minas (moeda da época), o servo que foi punido
agiu com uma certa prudência. Ele não fugiu com o dinheiro, ele não
causou prejuízo, ele apenas não cumpriu exatamente aquilo que lhe foi
ordenado. Procurou se explicar, e até elogiou o rei; foi tudo em vão,
sua punição foi decretada (Lc 19:11-27).
Ser prudente, ter boas intenções, procurar um equilíbrio, evitar o
extremo, e argumentos semelhantes para justificar as paixões da carne,
serão inúteis diante do Grande Trono Branco. A todo aquele que diz amar a
Jesus, apenas uma pergunta será feita: “você obedeceu às minhas
palavras”? (Jo 14:15; Ap 20:11-15).
Quando Jesus nos diz que a menos que estejamos odiando a nossa vida
neste mundo não teremos a vida eterna (Jo 12:25), ele não deixa a menor
margem para que possamos usufruir um pouco do que o mundo oferece e
também herdarmos o reino dos céus. Certamente que a ideia de participar
das coisas do mundo com moderação é uma ideia muito agradável a todos
nós, mas essas não foram as palavras de Cristo. Participar de forma
moderada não é o mesmo que odiar.
Queridos, só existem dois caminhos: o da desobediência e o da
obediência; o do eu e o da cruz . O caminho do eu, o mais escolhido,
rejeita as palavras de Cristo e leva à perdição. O caminho da cruz é
difícil, exige sacrifícios, causa desconforto e confrontos, mas leva à
vida eterna (Lc 9:23). Quem opta pela obediência parcial está na
realidade tentando criar uma terceira opção. São esses que embora
fizeram muitas coisas em nome de Jesus, ouvirão do Senhor que nunca os
conheceu (Mt 7:23). Apenas duas opções. Apenas duas. Duas. Espero te ver
no céu. —Markus Da Silva.
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