16/01/2017 14h04
Brasília
Alex Rodrigues – Repórter da Agência Brasil
A
suspeita de que mais de 26 presos podem ter sido mortos na
Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Natal (RN), motivou a Secretaria
da Justiça e da Cidadania do Rio Grande do Norte (Sejuc) a pedir à
Companhia de Águas e Esgotos do estado (Caern) que inspecione as fossas
existentes no interior da unidade.
Um caminhão e equipes da
empresa chegaram à penitenciária, no bairro Potengi, na manhã de hoje
(16). Segundo a assessoria da Seju, o trabalho está atrasado devido a um
novo tumulto na unidade.
nesta segunda-feira, poucas horas depois que policiais militares
deixaram o local, um grupo de detentos voltou a ocupar os telhados de um
dos pavilhões. As autoridades estaduais de segurança pública negam
tratar-se de mais uma rebelião, mas admitem que, devido ao “clima
tenso”, adiaram também o início da revista nas celas e a recontagem de
presos.
Imagens divulgadas pela imprensa exibem homens sobre os
telhados dos pavilhões empunhando paus, pedras e barras de ferro.
Vestindo calções azuis, alguns homens enrolaram camisetas brancas na
cabeça para esconder o rosto. Alguns portam bandeiras improvisadas com
lençóis enquanto gritam palavras de ordem como “a vitória é nossa”, em
aparente provocação a integrantes de facções rivais.
De acordo
com a Sejuc, as equipes da Caern vão inspecionar as fossas assim que as
forças policiais retomarem o controle da situação e as condições de
segurança estejam garantidas. Às 13h (horário de Brasília), policiais do
Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Grupo de Operações Especias
(GOE) estavam prestes a ingressar na penitenciária.
Alcaçuz foi
palco de uma rebelião que durou cerca de 14 horas, entre sábado (14) e
domingo (15). Inicialmente, as autoridades estaduais falavam em pelo menos dez mortos.
Ontem à noite, no entanto, os secretários estaduais da Justiça e da
Cidadania, Walber Virgolino da Silva Ferreira, e da Segurança Pública e
Defesa Social, Caio César Marques Bezerra, anunciaram que 26 corpos foram localizados e transferidos para o Instituto Técnico-Científico de Polícia (ITEP), onde serão identificados.
Ontem mesmo, o Itep já tinha sido autorizado a alugar um contêiner frigorífico
para armazenar os corpos encontrados em Alcaçuz. Embora o instituto
disponha de duas câmaras frias com capacidade para abrigar entre 20 e 30
corpos em cada uma delas e receba, em média, cinco corpos diariamente, a
diretoria do Itep decidiu agir preventivamente para garantir que não
falte espaço, caso o total de detentos mortos seja maior que as
primeiras informações divulgadas. O valor do aluguel do contêiner não
foi informado.
Edição: Denise Griesinger
Fonte: Agêencia Brasil
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