Por Markus DaSilva, Th.D.
Quando Jesus estava fisicamente conosco neste mundo, os seus maiores
inimigos não foram os pagãos romanos ou os idólatras gregos; tampouco
foram os excluídos da sociedade: prostitutas, ladrões, adúlteros,
beberrões e outros. Não, os opositores de Cristo não vieram de fora, mas
de dentro; surgiram dentre os seus; dentre aqueles que se intitulavam
servos de Deus, os líderes de Israel e seus seguidores. Foram os
fariseus, os saduceus, os escribas, os doutores da lei que não o
receberam (Jo 1:11).
Por que esses líderes tanto odiavam a Jesus? Por vários motivos,
incluindo a inveja, o orgulho, mas acima de tudo porque Jesus os
desmascarava. Nada se passa dentro do coração humano que Jesus não
saiba. Eles enganavam a todos com uma falsa adoração a Deus, com uma
falsa santidade, mas não conseguiam enganar àquele que os criou (Jo
2:24-25). Jesus mostrava quem realmente eram e repetidamente ensinava o
povo a não fazer aquilo que esses religiosos faziam: a falta de amor, a
falta de perdão, a falta de humildade, e sobretudo a falta da verdade.
Esses falsos santos exigiam das pessoas uma santidade que eles mesmos
não viviam. Eram hipócritas. Julgavam a todos, quando em secreto eram
culpados dos mesmos atos (Ro 2:1). Foi dentro desse contexto que Jesus
nos deu o conhecido mandamento: “Não julgueis, para que não sejais
julgados” (Mt 7:1).
Cristo nos exorta a sermos luz em um mundo em trevas (Mt 5:14). O
objetivo da luz é guiar, clarear, mostrar aquilo que não se pode ver no
escuro. Devemos ser exemplos; ser semelhantes a Jesus em tudo: nos
nossos hábitos, nosso comportamento, nossas palavras (Jo 13:15; 1Jo
2:6). E assim como Cristo, devemos instruir em amor, paciência e
caridade (Ef 4:15; 1Ts 4:9). Devemos lembrar que cada um possui uma
história. Todos sofrem, todos lutam, todos fraquejam, todos caem, assim
como eu, assim como você (Ro 3:23). Mas para que possamos ajudar, para
que possamos instruir, precisamos primeiramente fazer uma autoanálise;
para que possamos ensinar os nossos irmãos sobre uma vida correta,
primeiramente teremos que observar a nossa própria: “tire primeiro a
viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do
olho do seu irmão” (Mt 7:5).
Hoje, muitos usam o “não julgueis” como desculpa para continuar vivendo
em pecado. Não querem abandonar os prazeres do mundo e muito menos serem
instruídos (1Co 2:14). Preferem crer no absurdo que quando Jesus disse
para não julgarmos Ele quis dizer que tudo deve ser aceito no meio do
seu povo.
Queridos, a salvação é de graça, mas só a recebemos com o arrependimento
(Lc 13:3; At 2:38). Não o remorso, mas o arrependimento. Remorso é
apenas um reconhecimento de culpa; de admitir que algo errado foi
praticado. Arrependimento também reconhece a culpa, mas segue de um
intenso desejo de não repetir o pecado; de querer uma mudança de
comportamento. Quem se arrepende é sábio e aceita com humildade a
repreensão (Pv 9:9). A esse, o Senhor nunca desamparou (Sl 51:17).
Espero te ver no céu. —Markus DaSilva.
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