10/02/2017 12h09
Vitória
Ana Cristina Campos – Enviada especial da Agência Brasil
A
Polícia Militar do Espírito Santo indiciou 703 policiais militares
(PMs) pelo crime de revolta. Se condenados, a pena é de 8 a 20 anos de
detenção em presídio militar e a expulsão da corporação. Esses policiais
tiveram o ponto cortado desde sábado (4) e não vão receber salário. O
secretário de Segurança Pública, André Garcia, informou que eles foram
indiciados pelo crime militar de revolta por estarem armados e
aquartelados nos batalhões.
O comandante-geral da Polícia
Militar, coronel Nylton Rodrigues, disse que o número de indiciamentos
“com certeza” irá aumentar muito. Segundo ele, o Comando da Polícia
Militar identificou que os homens que estão participando do movimento
grevista são os que têm menos tempo de serviço na corporação.
“Esse
movimento é realizado pelos praças [soldado, cabo, sargento e
subtenente]. Não é um movimento dos oficiais”, afirmou o
comandante-geral, em entrevista à imprensa na sede da Secretaria de
Segurança Pública. “Nossa tropa escolheu a forma errada [de negociação].
Não se negocia com a arma na cabeça.”
O secretário de Segurança
também afirmou que o governo está identificando, por meio de imagens, as
mulheres e os parentes dos policiais que estão participando das
manifestações e bloqueiam a entrada dos quartéis para evitar a saída das
viaturas. O objetivo é responsabilizar civilmente essas pessoas. A
relação dos parentes que estão à frente do movimento será encaminhada
para o Ministério Público Federal.
“Essas pessoas vão pagar os
custos da mobilização das tropas federais do Exército, da Marinha e da
Aeronáutica. O recado está dado para os familiares. Não vão sair isentos
desse processo”, disse Garcia.
O secretário de Segurança Pública
disse que as tropas das Forças Armadas e da Força Nacional não serão
mobilizadas em um primeiro momento para retirar as mulheres que
bloqueiam a entrada dos batalhões, mas não descartou essa possibilidade.
A
cúpula da segurança pública anunciou as ações que serão tomadas após
reunião de negociação com o movimento grevista da Polícia Militar. O
encontro entre os secretários do governo do Espírito Santo e
representantes das mulheres e das associações de classe dos policiais
militares terminou sem acordo no início da madrugada desta quarta-feira após dez horas de reunião.
Desde
segunda-feira (6), o patrulhamento no estado tem sido feito pelas
Forças Armadas e pela Força Nacional. O Ministério da Defesa anunciou
ontem (9) o reforço na segurança em todo o estado. O comandante da
força-tarefa da Operação Capixaba, general Adilson Katibe, disse que,
até o fim de semana, o número total de militares deve chegar a 3 mil
homens. A força-tarefa conta atualmente com 1.783 homens, sendo 1 mil do
Exército, 373 da Marinha, 110 da Força Aérea e 300 da Força Nacional.
Edição: Lílian Beraldo
Fonte: Agência Brasil
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