12/02/2017 19h21
Brasília
Mariana Branco - Repórter da Agência Brasil
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse hoje à
tarde (12) que, na avaliação do governo federal, a ordem e a segurança
pública foram resgatadas no Espírito Santo. Segundo ele, as informações
do governo do estado são de que a greve da Polícia Militar está “em
declínio”. Ainda assim, o efetivo de 3,1 mil homens das Forças Armadas
permanecerá no Espírito Santo “todo o tempo que seja necessário para que
se garantam vidas”, de acordo com o ministro.
“A grande Vitória
está levando uma vida bem mais tranquila. Amanhã as escolas estarão
funcionando. O comércio abre, como já abriu no sábado, e o sistema de
transporte coletivo deverá operar normalmente. A determinação do
presidente da República, de recuperar a ordem, está sendo atendida”,
disse Jungmann, após reunião com Michel Temer neste domingo no Palácio
do Jaburu.
Também participaram no encontro os ministros da
secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, da secretaria-geral da
Presidência, Moreira Franco, do Gabinete de Segurança Institucional da
Presidência, Sérgio Etchegoyen e o ministro interino da Justiça, José
Levi do Amaral. Segundo Jungmann, foi uma reunião de trabalho na qual,
entre outros assuntos, os ministros fizeram um balanço sobre a atuação
das Forças Armadas no Espírito Santo.
O ministro da Defesa negou
que o governo federal tenha demorado a agir diante do caos causado no
estado pela greve da PM. O Sindicato dos Policiais Civis do Espírito
Santo informou que foram registrados 142 homicídios no Espírito Santo do
dia 4 de fevereiro até as 10h de hoje.
Saiba Mais
Jungmann
frisou que cinco horas depois do governador [em exercício] do Espírito
Santo, César Colnago, ter feito um pedido escrito pedindo ajuda federal
as Forças Armadas já se encontravam nas ruas do estado na última
segunda-feira (6),. “Desde então, não tivemos mais arrastões,
sequestros, desordens ou o que seja. Se algo houve, foi anterior à
entrada em cena das Forças Armadas”, afirmou.
Investigação
O
ministro disse também que o governo do estado criará um grupo especial
de investigação para encontrar os responsáveis pelos homicídios
recentes, bem como averiguar a suspeita de que teriam sido cometidos
assassinatos por grupos de extermínio com a participação de policiais
militares.
Jungmann admitiu que familiares de PMs ainda
permanecem nos quartéis porque têm o apoio dos grevistas remanescentes.
“As mulheres dos PMs continuam lá porque contam em alguma medida, ou
muita medida, com o apoio daqueles que se encontram aquartelados. No
nosso modo de entender, isso não condiz com aqueles que usam fardas.
Isso tem que parar”, afirmou.
Segundo o ministro, o governo
estadual repassou a informação de que cerca de mil policiais já teriam
voltado ao trabalho. Além disso, as esposas dos policiais militares
estariam recorrendo ao Ministério Público e até a lideranças evangélicas
para mediar o diálogo com o governo local. Para Jungmann, um eventual
acordo “é o que todos nós esperamos que venha a acontecer”.
Segundo
ele, a atuação do governo federal no Espírito Santo será “a regra” para
situações semelhantes que porventura ocorram em outras localidades. O
ministro destacou, contudo, que até o momento não foi detectado um
“efeito contágio” da situação em outros estados.
“Estamos, a
pedido do presidente da República, acompanhando a situação no Rio de
Janeiro, onde 97% do policiamento encontra-se nas ruas. Há um protesto,
mas que não tem afetado de forma alguma o funcionamento policial no
estado. Tudo segue normal nas outras unidades da federação”, disse. De
acordo com o ministro, o governo está preparado para qualquer
eventualidade.
Edição: Augusto Queiroz
Fonte: Agência Brasil
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