18/03/2017
Rio de Janeiro
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
O outono começa na próxima segunda-feira (20) no Hemisfério Sul,
às 7h29, horário de Brasília, enquanto no Hemisfério Norte, será o
início da primavera.
A estação começa com o equinócio de outuno.
Nesta segunda, dia e noite têm praticamente a mesma duração. À medida
que a estação avança, os dias ficam menores e as noites maiores até o
início do inverno, em 21 de junho.
“O que marca as estações é o
fato de o eixo de rotação da Terra estar inclinado em relação ao plano
de órbita do planeta. Se não fosse inclinado, todo o tempo cada
localidade teria a mesma quantidade de radiação solar chegando”, explica
a astrônoma Josina Nascimento, pesquisadora do Observatório Nacional
(OB).
No outono, os raios solares já não vão mais incidir
diretamente no Hemisfério Sul, mas começam a incidir de forma inclinada,
diminuindo a quantidade de radiação que chega. Por isso, o outono
apresenta temperaturas mais amenas.
“Essa diferença de
temperatura é mais visível à medida que se está longe da Linha do
Equador. Quem está na Linha do Equador praticamente não vê diferença de
estação. Mas quanto mais ao Sul você está no Hemisfério Sul, ou mais ao
Norte, no Hemisfério Norte, essa diferença fica mais evidente. Para nós,
do Rio de Janeiro, que estamos nos trópicos, é praticamente verão o ano
todo”, comentou a astrônoma.
Transição
De
acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC)
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o outono é uma
estação de transição entre o verão e o inverno e, por isso, no início da
estação, os dias ainda são quentes e há chuvas e, ao final do período,
os dias começam a ficar mais frios e a chuva diminui em algumas partes
do país, anunciando a chegada do inverno.
As regiões Norte e
Nordeste têm temperaturas mais frias durante o outono. O trimestre
março, abril e maio é chamado de inverno nessas regiões porque, em
função do aumento de chuvas, há maior nebulosidade, menos irradiação
solar chega para a Terra e a temperatura cai, mas não de forma abrupta.
Para
o Centro-Oeste e o Sudeste, incluindo nessa média histórica boa parte
da Bahia, o CPTEC indica que o outono é bem caracterizado como um
período de transição porque há uma estação chuvosa que se estende de
outubro até abril do outro ano, e uma estação seca, que vai de abril até
meados de outubro. “Abril fica mais ou menos no meio do outono. Então,
tem a transição entre a estação chuvosa em que a gente está agora e a
estação seca para essas regiões”, disse a climatologista do CPTEC/Inpe,
Renata Tedeschi.
No caso do Sul do país, a chuva ocorre o ano
todo, mas durante o outono começam a ser vistas temperaturas amenas.
Renata Tedeschi lembra também que, durante o outono, passam a ocorrer
frentes frias com mais frequência. “Quando a gente tem frente fria, pode
ter chuva associada e queda de temperatura também”.
Em relação
às temperaturas outonais, a climatologista disse que principalmente nas
regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, o início do outono mostra
temperaturas ainda quentes, como no verão, mas “quanto mais próximo a
gente está do inverno, menor a incidência de raio solar e há
temperaturas mais frias”.
Previsão
O
CPTEC prevê que as temperaturas fiquem dentro da média histórica em
grande parte do Brasil, no trimestre março, abril e maio, com exceção de
uma parte do Centro-Oeste, do Sudeste e toda a Região Sul, mais o Cone
Sul brasileiro, que devem ter temperaturas oscilando um pouco acima da
média histórica.
No Nordeste, com exceção de quase toda a Bahia, o
Maranhão e parte do Piauí, a previsão é de chuva abaixo da média
histórica. A tendência, disse Renata, é piorar a grave situação de
estiagem já existente na região.
Para o nordeste da Região Norte,
a previsão é de chuva acima da média histórica. No noroeste da Região
Norte, a previsão é chuva dentro da média, com possibilidade de algumas
áreas ficarem acima da média histórica.
No Sul brasileiro,
destacando o Rio Grande do Sul e o oeste de Santa Catarina, a previsão é
de chuva dentro da média histórica, podendo ficar um pouco acima em
algumas áreas.
Edição: Lílian Beraldo
Fonte: Agência Brasil
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