04/03/2017 12h57
Brasília
Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil
O tráfego na BR-163, no sudoeste do Pará, voltou a ser
interrompido às 9h de hoje (4) por causa da chuva forte na região,
informou o Exército. A rodovia ficará interditada até avaliação sobre o
seu estado. Na noite de ontem (3), os caminhões começaram a ser
liberados no sentido do município paraense de Miritituba. Mais cedo, o
fluxo no sentido sul, em direção a Mato Grosso, também havia sido
liberado.
A BR-163, conhecida como Rodovia Cuiabá-Santarém, é a
principal ligação entre a maior região produtora de grão do país, em
Mato Grosso, e os portos da Região Norte, principalmente em Miritituba e
Santarém, no Pará.
Há
duas semanas, por causa das chuvas intensas na região e do aumento do
tráfego de caminhões carregados, vários pontos de atoleiros se formaram
em um trecho de 47 quilômetros (km), localizado entre as comunidades de
Santa Luzia e Bela Vista do Caracol. A fila de caminhões chegou a ocupar
mais de 50 km.
O Exército e a Polícia Rodoviária Federal estão
trabalhando nos pontos de retenção em apoio ao Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (Dnit), que faz a manutenção da rodovia, e
à Defesa Civil de Itaituba, que presta auxílio aos motoristas e suas
famílias e aos moradores dos vilarejos próximos à estrada.
De
acordo com a Secretaria de Infraestrutura e Logística de Mato Grosso,
por se tratar do pico da safra, as transportadoras já contabilizam
aproximadamente R$ 50 milhões em prejuízos imediatos, e estimam perdas
ainda maiores caso a situação persista.
Segundo o Dnit, 756,6 km
da BR-163 no Pará estão pavimentados, faltando 190 km. Desde a divisa
com Mato Grosso até Miritituba, faltam 100 km para serem asfaltados. Em
2016, foram asfaltados 20 quilômetros. O trecho da rodovia onde se
verificam os pontos críticos devido às chuvas será pavimentado este ano,
de acordo com o Dnit. A meta é asfaltar 60 km em 2017 e concluir o
asfaltamento até o porto de Miritituba até 2018.
O órgão informou
que, até a conclusão das obras, serão adotadas medidas emergenciais,
como o controle de tráfego e a drenagem para escoar água da estrada,
dando passagem aos veículos, especialmente os caminhões com cargas mais
pesadas.
Economia de R$ 1,4 bilhão
Segundo
a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a conclusão da obra da
BR-163, iniciada em 1973, levará a uma economia de R$ 1,4 bilhão por ano
com o transporte de cargas. Divulgado em 2013, o estudo BR-163: Quebra
de Paradigma no Transporte do Comércio Exterior aponta que a economia
resultará da redução de gastos logísticos ao mudar a via de exportação
do Sul e Sudeste para os portos do Norte do Brasil, uma rota mais curta e
mais barata. “Para se ter uma ideia, a conclusão da estrada reduziria
de três a cinco dias a viagem de navio entre o Brasil e a Europa se
comparado à rota partindo de Santos (SP) ou Paranaguá (PR)”, informou a
CNI, ao destacar que a viagem entre os portos das regiões Sul e Sudeste e
a Europa demora em torno de 15 dias.
De acordo com a CNI, na
direção inversa, a rodovia também possibilitará que mercadorias
produzidas na Zona Franca de Manaus, como motos e eletroeletrônicos,
sejam movimentadas para a Região Centro-Sul a partir de Santarém,
reduzindo dois dias em relação à rota utilizada atualmente. Hoje, a
produção de Manaus é transportada via barcaça até Belém e segue por 2,9
mil quilômetros por rodovia até a capital paulista.
Edição: Juliana Andrade
Fonte: Agência Brasil
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