27/04/2017 15h09
Brasília
Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse hoje (27) que a pasta
pretende criar uma espécie de fila única estadual para realizar
cirurgias eletivas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Cada
estado terá 40 dias para fazer o levantamento de dados e enviar as
informações ao governo federal.
“Estamos propondo 40 dias para
que estados e municípios se organizem em uma fila única e apresentem a
fila, para que possamos então definir um critério de distribuição de
recursos disponíveis para o mutirão [de cirurgias eletivas]. Para
distribuir os recursos, preciso saber o tamanho da fila”, disse.
Segundo
Barros, o ministério conta com R$ 360 milhões que já estão no orçamento
para uso exclusivo em mutirões de cirurgias eletivas no SUS. “Poderemos
aportar nos estados esse recurso, mas condicionamos, por decisão
tripartite, que só receberão os recursos os estados que tiverem fila
única, de modo que possamos organizar o atendimento dessas pessoas de
forma justa.”
De acordo com o ministro, atualmente, a maioria dos
estados conta com uma fila de cirurgias eletivas, enquanto as
prefeituras têm outra fila e, cada hospital público da cidade, uma nova
fila. “Isso não é possível dentro do sistema. Não é o conceito dentro do
sistema. Mas, infelizmente, por questões políticas, há uma disputa por
esse poder de controlar a fila”.
“Quando uma pessoa sai do
ambulatório ou da consulta especializada com uma indicação de cirurgia,
ela entra na fila de cirurgia do hospital, não entra numa fila de
cirurgia geral. O que nós queremos é que, saindo do ambulatório, quando o
médico indica uma cirurgia, ele indique para uma fila única e a pessoa
será atendida dentro da ordem”, explicou.
“Estou pedindo à
comissão de tripartite, além disso, a autorização para bloquear recursos
caso a fila única não seja apresentada. Isso é uma questão de
democratização do sistema, organização, gerenciamento e otimização de
recursos”, concluiu o ministro.
A Comissão Intergestores
Tripartite reúne representantes da União, dos estados e dos municípios
para discutir temas prioritários para a saúde do país. Participam do
encontro o Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Secretários de
Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
(Conasems).
Edição: Denise Griesinger
Fonte: Agência Brasil
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