02/05/2017
Rio de Janeiro
Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil
Uma guerra entre facções de traficantes na Cidade Alta, em
Cordovil, zona norte da capital fluminense, terminou hoje (2) com pelo
menos oito ônibus e dois caminhão queimados, 45 pessoas presas e seis
feridas, entre as quais três policiais, que estão fora de perigo.
Ao todo, 32 fuzis, granadas e pistolas foram apreendidas. Mais de 3 mil crianças ficaram sem aula na região, segundo as secretarias estadual e municipal de Educação.
O
major Ivan Blaz, coordenador de Comunicação da Polícia Militar,
informou que, por volta das 3h da madrugada, moradores de Cordovil
acionaram a corporação por telefone informando que uma facção rival da
que ocupa a comunidade de Cidade Alta tentava assumir o controle
territorial da área.
"Fizemos um cerco e, uma vez cercados, os
criminosos invasores acionaram moradores de comunidades que sofrem
influência desta facção para promover distúrbios e caos urbano na cidade
com a finalidade de dispersar o policiamento no cerco e promover
oportunidade de fuga", disse Blaz.
Ainda segundo o major, o
número de presos e de armas apreendidas prova que a ação policial teve
êxito. No entanto, Blaz ressaltou que os números mostram uma realidade
cruel no estado. "Somos um dos principais destinos do tráfico
internacional de armas, o que expõe a fragilidade de nossas fronteiras",
disse o major. "Isso força a Polícia Militar daqui a enfrentar um mal
que polícia nenhuma enfrenta no mundo. Aqui, o policial já está
acostumado a ouvir rajadas de fuzil."
Mais de 50 ônibus queimados só este ano
De
acordo com a Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do
Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), 50 ônibus já foram incendiados
em 2017, superando os números de 2016 (43).
Por esse tipo de
incêndio não garantir seguro, o custo estimado para a reposição da frota
incendiada chega R$ 22 milhões este ano, segundo a Fetranspor. A
entidade informou ainda que, devido à crise econômica e ao desequilíbrio
econômico-financeiro do contrato de concessão, não há garantia para a
compra de novos veículos, que podem demorar até um ano para entrar em
circulação.
Em seis meses, somente no Rio, cerca de 70 mil
passageiros deixam de ser transportados em cada veículo, finalizou a
Fetranspor, em nota.
Edição: Kleber Sampaio
Fonte: Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário