Reportagem publicada pelo jornal Diário do Nordeste edição deste domingo, afirma que pelo menos 35 membros de quatro
facções criminosas foram presos no Ceará, apenas em 2017. Os dados
foram compilados com base em informações repassadas pela Polícia Civil,
depoimentos dos próprios presos ou nas investigações que culminaram nas
prisões.
Em abril de 2016, uma fonte da Secretaria da Segurança Pública e Defesa
Social (SSPDS), que terá a identidade preservada, afirmou que cerca
de 1.200 pessoas que estão no Sistema Penitenciário do Ceará são
integrantes de facções criminosas. Os dados apresentados têm como base
levantamentos feitos pelas células de Inteligência da Instituição. O
número representava cerca de 5% da população carcerária do Estado no
momento da divulgação.
Em um período sinalizado pelo aumento de relatos sobre ordens de
detentos cearenses para o cometimento de crimes, disputas por zonas no
tráfico de drogas e motins em complexos penitenciários, o governador
Camilo Santana afirmou que as facções estavam sendo monitoradas.
“Existem organizações criminosas dentro dos presídios cearenses, mas
está sendo feito um trabalho de monitoramento pelo Estado e pela Polícia
Federal”, afirmou.
A intensificação do combate a essas organizações pode ser percebida,
também, na estrutura organizacional da SSPDS, diz a reportagem. No fim
do ano passado, a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) foi
criada sob a justificativa de centralizar as investigações sobre os
casos.
O PCC é grupo com mais integrantes presos no Ceará neste ano, com 14
membros detidos. Contudo, o número simboliza apenas 1% de todos os
filiados da organização no Ceará. De acordo com informações apuradas
pelo Diário do Nordeste, em matéria publicada no dia 25 de
fevereiro, membros da Delegacia Especializada apontaram que a facção
possui cerca de 1.400 filiados no Estado.
Organizações
No início deste ano, o advogado criminalista Alexandre Sales afirmou
que integrantes do PCC estariam sendo separados de integrantes de outras
organizações em penitenciárias. “Eles estão sim sendo divididos pelas
facções. O Comando Vermelho (CV), Família do Norte (FDN) e Guardiões do
Estado (GDE) estão juntos, mas o Primeiro Comando da Capital (PCC) não”
Uma fonte da SSPDS, que não quis se identificar disse que a união é um movimento comum dos
criminosos. “Eles se agrupam para se fortalecerem. O poder do crime
organizado é muito maior que se cada um fosse atuar por conta própria. O
combate a esse tipo de crime também precisa ser diferenciado e muito
mais eficiente. No Ceará, as alianças entre criminosos se deu de forma
rápida e afetou muito a Segurança Pública”, disse.
A reportagem entrou em contato com a assessoria da SSPDS, mas não
obteve resposta, até a publicação desta reportagem, sobre os
questionamentos acerca do número de criminosos ligados à facções detidos
no Ceará.
Fonte: Diário do NordesteAlexandrepfilho Via Ceara Agora
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