- 18/07/2016
- Brasília
Michèlle Canes - Repórter da Agência Brasil
A
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) distribuiu nota hoje (18)
recomendando que os passageiros cheguem com duas horas de antecedência
para o embarque em voos nacionais e internacionais. Com muitas filas em
alguns terminais, começaram a ser implantados, em todo o país nesta
segunda-feira, os novos procedimentos de inspeção de bagagem e de
passageiros. A meta é aumentar o nível de segurança.
A nota é
clara: “a Anac pede que os passageiros cheguem ao embarque com duas
horas de antecedência e sugere que, àqueles que embarcarem com
notebooks, retirarem antecipadamente esses equipamentos da bagagem de
mão, assim como cintos, relógios e objetos metálicos antes da passagem
pelo pórtico (raios X), para colaborar para que o processo seja feito
com mais celeridade”, diz a agência.
No site da Anac,
a agência disponibilizou um material com perguntas e respostas para
orientar os passageiros e tirar dúvidas. Conforme a nota, a Anac está
acompanhando a implantação dos novos procedimentos e procurando
identificar os problemas.
“Foram observados impactos
específicos em alguns terminais, com maior reflexo no aeroporto de
Congonhas (SP). O órgão regulador está em contato com o operador
aeroportuário a fim de identificar problemas e soluções a serem
implementadas. A agência lamenta o incômodo observado hoje em alguns
terminais e pede a compreensão dos passageiros impactados, tendo em
vista que a adoção desses procedimentos tem como único objetivo zelar
pela segurança de todos os passageiros e seus familiares no transporte
aéreo brasileiro”, acrescentou a nota.
As
novas medidas de inspeção estão previstas em norma da Anac. A partir
de agora, procedimentos que já são adotados em voos internacionais
passarão a fazer parte também da rotina de quem viaja dentro do país.
Uma das mudanças é a revista física feita de forma aleatória. Ela será
realizada em local público, por agentes do mesmo sexo do passageiro.
Caso o passageiro solicite, a revista pode ser feita em um local
reservado e uma testemunha como acompanhante.
Bagagem de mão
Outra medida que passa a ser adotada é a retirada de notebooks
da bagagem de mão. Será feita também uma inspeção manual, de forma
aleatória, de bagagens de mão no momento que o passageiro estiver
passando pelo equipamento de raio X. Em todos os casos, se a pessoa se
recusar a realizar o procedimento, será impedida de ter acesso à área de
embarque.
No Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em
Brasília, o movimento era grande na manhã desta segunda-feira. A
passageira Telma Tavares chegou com duas horas de antecedência e não
sabia que as novas regras começavam a ser aplicadas hoje. “Acho as
medidas válidas, mas acredito que deveria ter sido feito um evento-teste
para não causar esse transtorno”, disse, diante da fila que enfrentava
no saguão do terminal.
Esperando o embarque para Foz do Iguaçu, o ecólogo Bruno Araújo já
sabia das mudanças, mas não imaginou que o movimento estaria tão
intenso. “A fila está até caminhando rápido, mas acho que, para as
pessoas que estiverem muito em cima da hora, isso pode ser um problema.
Teria que ter uma maior organização em relação a essas mudanças”, disse.
Priscila
Tavares viajou a passeio com a família para Recife. Para ela, as novas
medidas aumentam a sensação de segurança. “[As medidas] são
desgastantes, há um pouco de atraso, mas são necessárias. É melhor ter
isso fora do avião do que algum outro problema maior que arrisque a
nossa vida”.
Filas em Congonhas
Leonardo
Pacheco veio de São Paulo a Brasília. Contou que enfrentou fila para
embarcar no aeroporto de Congonhas. “Cheguei lá, a fila do raio X para
entrar no embarque era quilométrica, estava atravessando o aeroporto
todo”. Ele disse que o voo chegou a atrasar 25 minutos.
Na hora
do embarque, Leonardo já foi submetido a algumas das mudanças. Ele
disse que os agentes pediram para que retirasse da bagagem de mão o
computador que carregava. Para ele, medidas são importantes para a
segurança. “Segurança é sempre importante. É bom, mas precisa ser feito
de uma forma melhor, bem programada e com pessoas bem capacitadas, do
contrário vira a bagunça que foi hoje por lá e acredito que em outros
aeroportos também”.
Edição: Kleber Sampaio
Fonte: Agência Brasil
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