15/07/2016
- Ancara
Da Agência Ansa
O Estado-Maior do Exército da Turquia anunciou
nesta sexta-feira (15) que tomou o controle do país em um golpe contra o
primeiro-ministro Binali Yildirim e o presidente Recep Tayyip Erdogan.
"Para
recuperar nossos direitos humanos, constitucionais e democráticos,
estamos oficialmente assumindo o controle do país", diz uma declaração
da ala das Forças Armadas responsável pela revolta.
Por volta das
22h, tiros foram ouvidos em Ancara, capital do país, onde caças faziam
voos rasantes e helicópteros militares tomavam os céus. Em seguida,
foram fechadas as duas pontes sobre o estreito de Bósforo, em Istambul,
no sentido Ásia-Europa - no caminho inverso, o tráfego seguiu fluindo.
Logo
depois foi bloqueado o acesso às redes sociais e militares invadiram a
sede da TV estatal. Além disso, tanques se dirigiram ao Aeroporto
Internacional de Ataturk, em Istambul, o mais movimentado do país.
"Os
autores [do golpe] pagarão o preço mais alto", garantiu Binali
Yildirim, que ainda prometeu usar "força contra a força". Nos últimos
meses, o presidente Erdogan vinha sendo acusado de promover um governo
autoritário no país, atingindo até alguns de seus antigos aliados.
Além
disso, o país convive com a ameaça do terrorismo do Estado Islâmico e
de grupos separatistas curdos. O partido AKP, fundado por Erdogan, é
acusado de interferir na Justiça para abafar casos de corrupção e de
censurar a imprensa. Para isso, fechou jornais opositores e afastou
juízes tidos como "adversários".
Erdogan foi primeiro-ministro
até 2014, mas no fim de seu mandato foi eleito presidente, mantendo o
poder em suas mãos, apesar de a Turquia ser parlamentarista. Nos últimos
meses, vinha tentando emplacar uma mudança para o regime
presidencialista, o que lhe deria ainda mais força. Segundo a emissora
"CNN", apesar do golpe, ele se encontra a salvo.
Edição: Juliana Andrade
Via Agência Brasil
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