31/08/2016
População agrediu e atirou contra o suspeito dentro de hospital.
PM teve de intervir e usou gás lacrimogêneo e balas de borracha;
PM usou gás lacrimogêneo e balas de borracha para transferir suspeito (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
O mototaxista Antônio Marcos de Oliveira, de 49 anos, foi morto durante um assalto em Goianira, na Região Metropolitana de Goiânia.
Revoltada com o crime, a população encontrou o suspeito e o agrediu. O
homem foi socorrido e, enquanto era atendido no hospital, foi baleado.
Moradores entraram em confronto com a Polícia Militar, que usou gás
lacrimogêneo e atirou com balas de borrachas para conseguir transferir o
ferido. Ele morreu em um hospital da capital.
De acordo com a PM, tudo começou quando o mototaxista foi chamado para
buscar um passageiro no Bairro Boa Vista, no fim da tarde de terça-feira
(30). No local, o suposto cliente esfaqueou Antônio e o agrediu com
golpes de capacete e roubou a motocicleta. Ele chegou a ser socorrido,
mas não resistiu.
saiba mais
Testemunhas que presenciaram o crime seguiram o suspeito pelas ruas da
cidade e o abordaram na casa de um parente, ainda com a moto da vítima. O
homem foi agredido e levado para o Hospital Municipal de Goianira.
Segundo a PM, enquanto ele recebia atendimento médico, populares
entraram pelos fundos e atiraram pedras nas janelas. Em seguida,
efetuaram vários disparos, sendo que o suspeito foi atingido por quatro
tiros.
ConfrontoPara evitar que o homem fosse morto, os policiais precisaram transferi-lo de hospital na capital. Porém, para isso, houve confronto com algumas pessoas que queriam impedir que o suspeito fosse levado. A PM usou gás lacrimogêneo e atirar com balas de borrachas.
“Os colegas do mototaxista morto encontraram o suspeito e tentaram
linchar essa pessoa. Segundo as informações, parentes a levaram para o
hospital. Já na unidade, os colegas do mototaxista tentaram um novo
atentado contra o suspeito e foi aí que a Polícia Militar foi obrigada a
intervir, tanto para assegurar a vida do suspeito que estava em risco,
quanto para apaziguar os ânimos que estavam exaltados”, relatou o major
Marcelo Sousa.
Alguns moradores passaram mal por conta do gás e precisaram sair de
casa às pressas. “Os policiais jogaram bomba de gás nas pessoas aí perto
do hospital. Até em uma festa de aniversário aqui foi atingida por uma
bomba. Agora minha mãe está passando mal”, reclamou um rapaz, que não
quis se identificar.
Já outro morador foi atingido por uma das balas de borracha e disse que
a ação da PM foi abusiva. “A gente simplesmente quis se manifestar e
eles [policiais] nos receberam com tiros de balas de borracha. Essa é a
revolta da população de Goianira, que pede socorro para as autoridades.
Não é de hoje que a cidade vem sofrendo”, reclamou.
O major Marcelo Sousa disse que as medidas foram necessárias para
evitar maiores riscos. “A Polícia Militar, através da Tropa de Choque,
estava aqui. Eles sabem qual é a razoabilidade para uma intervenção
deste tipo. Então, uma intervenção mais arrojada visa apaziguar os
ânimos, dispersar as pessoas e evitar mais problemas”, ressaltou.
Já a assessoria de imprensa da Polícia Militar informou à TV Anhanguera
que, além de ser legítima, a ação foi necessária para evitar que mais
de 200 pessoas, que a corporação afirma que eram vândalos, se
aproveitando do anonimato, invadissem o hospital onde se encontravam
outros pacientes, colocando em risco a vida das pessoas.
A PM ressaltou que foi usado material não letal, ou seja, o gás e que,
por meio do serviço de inteligência, filmou toda a ação e as imagens
serão encaminhadas à Polícia Civil para a identificação e para que essas
pessoas sejam indiciadas pelos crimes cometidos.
O delegado Ariel Oliveira Martins, da Delegacia de Goianira, confirmou ao G1 que
o suspeito morreu em um hospital da capital. Segundo ele, o caso será
investigado. "Vamos instaurar um inquérito para apurar a morte do
mototaxista, assim como a conduta da população, que causou danos ao
hospital, colocou a vida de outras pessoas em risco e resultou na morte
do suspeito", destacou.
Fonte: G1 GO
Nenhum comentário:
Postar um comentário