04/12/2016 17h19
Elthon John, amigo de infância, foi salvo de afogamento pelo ex-jogador.
David, sobrinho de Gil, pretende homenagear o tio jogando futebol.
Amigos de infância lembram dos momentos com Gil em Nova Cruz (Foto: Andrea Tavares/G1)
Uma grande comoção toma conta da rua onde morava o volante Gil, morto
no acidente da Chapecoense. Amigos de infância e familiares relembram,
consternados, os momentos passados com o jogador. O corpo de Gil será velado na tarde deste domingo, em Nova Cruz, distante 93km de Natal.
Sentados nas calçadas, os moradores prestam suas homenagens, com
camisas verdes, velas e cartazes, e compartilham o sentimento de luto.
Elthon John, amigo de infância de Gil, relembra o dia em que o jogador
salvou sua vida: "Gil é meu herói, não só por ter me salvado de um
afogamento quando tínhamos 10 anos, mas também pelo exemplo que ele
era", se emociona.
saiba mais
Pedro Júnior, que também estava no dia do salvamento, conta que Gil era
um amigo dedicado, amoroso e muito querido em toda a cidade. "Era um
homem correto, de bem, só trazia orgulho para a cidade, perdemos um
filho, um amigo, um irmão", conta. Pedro se emociona cada vez que passa
pelo campinho, onde jogou inúmeras vezes com Gil. "Éramos uma turma
imensa, só ficou a saudade".
Tarcísio Batista, amigo de infância do jogador, dividiu campinhos e
gramados quando criança, com Gil. O servente de pedreiro conta que
recebeu a notícia quando chegou no trabalho, ficou sem reação e teve que
ir para casa. "O último contato que tive com meu amigo foi no começo do
ano. Quando soube da notícia não consegui acreditar, fiquei sem
reação". Tarcísio ainda não conseguiu visitar a família do amigo, mas
mostra, com orgulho a camisa da Chapencoense que Gil o presenteentou.
"Infelizmente isso aconteceu, a hora de cada um, só Deus sabe", fala
consternado.
Entre lágrimas, a vizinha da casa de Gil, Tânia Cristina, conta que
ainda não reuniu forças suficentes para prestar solidariedade à familia
do jogador. "Recebi a notícia ainda na madrugada, mas não conseguimos
acreditar. Faltam forças, a ficha ainda não caiu", conta.
David é sobrinho de Gil e quer honrar a história do tio se tornando jogador (Foto: Andrea Tavares/G1)
Segundo amigos e familiares, anualmente Gil visitava a cidade. Trazia
camisetas dos times, bolas, presentes para as crianças da comunidade e
festejava com a cidade. Com dificuldade, o sobrinho, David, de 16 anos,
conta que quer seguir os passos do tio. "Já prometi a minha família, vou
honrar a carreira do meu tio. Ele é um exemplo para mim". O menino, que
joga na categoria sub-20 do América-RN, conta que se sentiu mal durante
a noite, e foi avisado pelo pai, Geraldo, irmão de Gil, que o avião que
levava seu tio havia caído. "Eu fiquei sem chão, agora só me restam
forças para seguir os passos do meu tio", diz, entre lágrimas.
Fonte: G1 RN
Nenhum comentário:
Postar um comentário