Por Markus DaSilva, Th.D.
Vivemos em cavernas. Sim, essa é a acusação que frequentemente recebemos
dos inimigos da santidade. Segundo eles, os perdidos não podem ouvir de
nós o evangelho porque vivemos separados do mundo. Falam que os
descrentes fogem da nossa presença porque somos diferentes. Acreditam
que um ministério, para ser eficaz, precisa consistir de pessoas que
vivem entre os mundanos, fazendo aquilo que eles fazem. Acreditam que os
ímpios precisam se identificar com os cristãos, se sentir à vontade na
casa de Deus.
É exatamente baseado nesta filosofia que cada vez mais se torna
impossível distinguir os filhos da luz dos filhos das trevas (Mt
13:24-30). Possuem um linguajar semelhante, um vestuário semelhante;
participam dos mesmos entretenimentos, dos mesmos prazeres; seguem em
uma mesma direção, sonham os mesmos sonhos (Ef 4:17-18). É pensando
assim, que em muitas igrejas, alguém que não está acostumado pode ficar
na dúvida se entrou em uma casa de oração ou em um salão de festas.
Mas a quem estes cristãos estão enganando? Certamente que não a Deus!
Enganam a si mesmos, mas não é um engano sem malícia, pois, conhecem a
Palavra (Jo 9:41). Conhecem, mas não obedecem. Para justificar o amor
que têm por este mundo, criaram uma estranha versão de santidade. Falam
de santidade, escrevem nas camisetas, choram, levantam as mãos e cantam
louvores falando dela, mas não a vivem (Mt 7:21). Defendem uma santidade
sem separação: um paradoxo.
Qualquer estudante da bíblia sabe que ser santo significa ser separado,
colocado à parte, consagrado (2Co 6:17). Quando se aproximava o dia que
Jesus ia nos deixar fisicamente, ele orou ao Pai por mim e por você.
Preocupou-se com a nossa situação neste mundo contaminado pelo mal.
Gostaria que estivéssemos com ele no céu, mas reconheceu que, assim como
ele, o nosso tempo neste mundo deve ser cumprido: “Não peço que os
tires do mundo, mas que os livres do mal” (Jo 17:15). Aí está a cruz do
verdadeiro seguidor de Cristo: viver no mundo, sem fazer parte dele (Jo
17:16). Como isso é possível? Como podemos nos manter distantes daquilo
que tanto nos atrai? Através da verdade: “Santifica-os na verdade; a tua
palavra é a verdade” (Jo 17:17). Somos santificados, ou separados do
mundo, pela verdade que encontramos na Palavra de Deus; verdade não
apenas lida, mas obedecida (Tg 1:22). Quem não está disposto a obedecer à
palavra de Cristo não o ama e não conhece a genuína santidade.
Antes que alguém o diga, deixe-me esclarecer um ponto: sim, Jesus
visitou e comeu com os pecadores, mas nunca ensinou os seus discípulos a
serem como eles. Os pecadores não eram atraídos a Cristo porque se
identificavam com ele, como se Jesus fosse igual a eles, mas sim porque
viam nele o caminho da restauração. Procuravam alívio; desejavam
descanso. A diferença, e não a semelhança, os fascinavam (Mt 7:28-29; Jo
7:46). Espero te ver no céu. —Markus Da Silva.
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