18/02/2017 09h49
Boa Vista e Brasília
Graziele Bezerra - Repórter da Rádio Nacional da Amazônia
Em
busca de uma melhor qualidade de vida e fugindo das crises política e
econômica no país, milhares de venezuelanos estão migrando para o
Brasil. De 2015 para 2016, o número de pedidos de refúgios de
venezuelanos ao Brasil cresceu 3.000%. O êxodo se aprofundou nos
últimos meses, após anos seguidos de crise econômica e social, quando a
inflação na Venezuela pode ter chegado a 700% em 2016, conforma
analistas do país. Além do custo de vida elevado, os venezuelanos
enfrentam escassez de alimentos, remédios e até produtos básicos de
higiene.
A maioria dos venezuelanos chega ao Brasil
pela fronteira com o estado de Roraima. Só no ano passado, cerca de 30
mil ingressaram em Roraima, segundo estimativas do governo estadual. O
Ministério da Justiça calcula em 15 mil migrantes.
Segundo
o secretário nacional de Justiça e Cidadania, Gustavo Marrone, com o
agravamento da crise na Venezuela, a expectativa é uma migração ainda
maior este ano. “Na verdade, houve uma diminuição do fluxo migratório no
começo deste ano porque a Venezuela fechou a fronteira, mas a gente não
espera uma diminuição nesses primeiros meses. Na verdade, a gente
espera um aumento do fluxo”, afirmou Marrone.
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Caso
essa previsão de aumento se concretize, Roraima vai precisar da ajuda
federal para conseguir receber e atender tantos venezuelanos, segundo o
coordenador do Gabinete Integrado de Gestão Migratória, coronel Edivaldo
Cláudio Amaral. “O estado de Roraima não está preparado para enfrentar
essa situação. É uma situação muito difícil e a qual a gente deu uma
resposta nesse primeiro momento”.
O estado, por exemplo, decretou
situação de emergência na área de saúde nos municípios de Pacaraima e
Boa Vista, em dezembro passado, alegando não ter estrutura física para
atender a demanda por consultas, internações e medicamentos para
brasileiros e venezuelanos. O decreto de emergência valerá por seis meses.
No
Pronto Atendimento do Hospital Geral de Roraima, o atendimento a
estrangeiros subiu 380% nos dois últimos anos, saltando de 320, em 2014,
para 1.240, em 2016.
Em 2016, os atendimentos médicos a
venezuelanos já atingiam o percentual de 60,25% do total de atendimentos
a estrangeiros. O índice de internação de venezuelanos ultrapassou o de
brasileiros: a cada 100 pacientes internados na capital de Roraima, 13
são da Venezuela e cinco do Brasil.
Edição: Carolina Pimentel
Fonte: Agência Brasil
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