17/03/2017 17h53
Brasília
Ivan Richard Esposito - Repórter da Agência Brasil
O secretário executivo do Ministério da
Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eumar Novaki, disse hoje
(17) que as fraudes no processamento de carnes por algumas das maiores
empesas do ramo alimentício do país, como JBS, BRF e Peccin,
identificadas pela Operação Carne Fraca, são um “fato isolado” e que os consumidores podem “ficar tranquilos”.
Segundo
o secretário, 33 servidores do órgão já foram afastados. De acordo com
Novaki, a “maquiagem” de produtos vencidos foi verificada em carne de
frango, mortadela, salsicha e há a suspeita de carne bovina. A fraude
foi confirmada na unidade da BRF da cidade de Mineiros (GO) e nos
frigoríficos de Jaguará do Sul (SC) e Curitiba, da empresa Peccin
Agroindustrial. Os três estabelecimentos foram fechados pelo Ministério
da Agricultura e passarão por “inspeção rigorosa”.
“São 21 SIFs
[Serviço de Inspeção Federal], de quatro grupos econômicos, de um
universo de 5 mil estabelecimentos. Isso demonstra que não é um fato
cotidiano, mas um fato isolado, que não representa, de modo algum, a
postura do Ministério da Agricultura”, disse Novaki. Segundo o
secretario, em até 15 dias o ministério apresentará um diagnóstico
“preciso” sobre os produtos comercializados pelas empresas investigadas.
Mesmo
afirmando que os consumidores podem ficar tranquilos quanto à
procedência dos produtos, o secretario-executivo pediu que a população
fique atenta a possíveis sinais de má conservação. Segundo ele, o
ministério está atuando para identificar e retirar do mercado lotes de
produtos adulterados.
“O queremos dizer para a população é que
fique absolutamente tranquila. Nosso sistema de fiscalização é um dos
mais respeitados do mundo. Se perceberem qualquer problema, que
comuniquem ao Ministério da Agricultura, que tomaremos a providências”.
O
secretário afirmou ainda que o Mapa já vinha, desde o ano passado,
tomando medidas para evitar falhas no processo de fiscalização e
inspeção. Ele ponderou, no entanto, ser impossível impedir desvios
individuais.
“Desde
que chegamos, o ministro Blairo Maggi determinou que uma série de
procedimentos fossem reestudados e mudados, entre eles, o de inspeção.
São 33 servidores, em um universo de 11 mil do ministério, e de 2,3 mil
da área de inspeção”, comparou.
Apesar das fraudes identificadas
pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, Novaki assegurou
que o sistema de vigilância sanitária brasileiros é “consolidado”,
“robusto” e “aprovado por inspeções internacionais”.
“Nenhum
sistema está livre de má índole. Se tem uma pessoa operando com segundas
e más intenções, haverá falhas. Estamos trabalhando para evitar
fraudes”, disse.
Ao pedir que a população denuncie qualquer
suspeita de produtos estragados ou com más condições para o consumo, o
secretário executivo não descartou a possibilidade da ocorrência de
novas operações. “Novas operações poderão vir porque tudo que estamos
detectando de irregularidade no ministério estamos tomando providências
administrativas e encaminhando para o Ministério Público e para a PF.
Estamos tomando as medidas para que isso não se repita no futuro”.
Exportações
Perguntado
sobre o possível impacto nas exportações, já que o Brasil é o principal
exportador de carne do mundo, o secretário-executivo do Ministério da
Agricultura disse que os países compradores também fiscalizam os
produtos. Além disso, Novaki reiterou que os “fatos isolados” não podem
comprometer toda a cadeia.
“Os produtos brasileiros estão
presentes em mais de 150 países e isso demonstra a qualidade dos
produtos produzidos no país. Cada um dos países têm seu sistema e
vigilância que atesta os produtos quando lá chegam. Portanto, se tiver
problema, isso será acionado e será resolvido e aquilo não será
entregue”.
Edição: Amanda Cieglinski
Fonte: Agência Brasil
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