25/03/2017
Rio de Janeiro
Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil
O servidor do Ministério Público do Rio Grande do
Norte (MPRN) que baleou o procurador-geral adjunto do estado, Jovino
Pereira da Costa Sobrinho, e o promotor de Justiça Wendell Beetoven
Ribeiro, entregou-se hoje (25) à polícia.
Guilherme Wanderley
Lopes da Silva, 44 anos, entrou ontem (24) na sala do procurador-geral
sede do MPRN, em Natal, e atirou, atingindo Costa Sobrinho e Ribeiro.
Silva fugiu em seguida. De acordo com a assessoria do Ministério
Público, o quadro de saúde dos dois feridos é estável. Eles já foram
transferidos do Hospital Walfredo Gurgel. O procurador-geral está no
Hospital São Lucas e o promotor foi levado para o Hospital do Coração.
Silva
foi exonerado do cargo comissionado de assessor de uma procuradoria,
mas, por ser servidor concursado do órgão e efetivo, ainda é preciso que
se instaure processo interno para seu afastamento definitivo do
ministério.
A motivação para o crime ainda é desconhecida. Por
meio da assessoria de imprensa, a Procuradoria-Geral de Justiça do
Ministério Público do Rio Grande do Norte divulga imagens de documentos
que apontam que o autor dos disparos planejava o crime há três anos. No
texto, ele justifica ação como um chamado de Deus para fazer justiça
contra a corrupção e os maus políticos. Em uma das páginas, ele forja um
pedido de exoneração de Jovino Pereira da Costa Sobrinho e Rinaldo Reis
Lima, alegando que eles teriam cometido crimes e atos de improbidade
administrativa.
O delegado Renê Lopes, da 5ª Delegacia de
Polícia, que conduziu o interrogatório, disse que o servidor passou a
maior parte do tempo calado. "Ele nos respondeu negativamente apenas a
três questionamentos. Negou participação de mais alguém na ação, que já
tenha sido internado anteriormente por problemas psiquiátricos ou
psicológicos e que tenha tido relação com um processo que seu genitor
[pai] respondeu".
Ainda de acordo com o delegado, Guilherme não
explicou possível motivação para tentar matar os procuradores e o
promotor. Guilherme foi conduzido para o Centro de Detenção Provisória
da Ribeira e ficará em cela especial por ter curso superior e ser
funcionário do Ministério Público.
* Texto atualizado às 16h32 para acréscimo de informações
Edição: Juliana Andrade
Fonte: Agência Brasil
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