17/03/2017
Brasília
Daniel Mello – Repórter da Agência Brasil
O presidente Michel Temer disse hoje (17) que o governo está
aberto para negociar mudanças na reforma da Previdência, em tramitação
no Congresso Nacional. “Nós achamos que a proposta ideal, a necessária
para colocar o país nos trilhos de uma vez, é aquela que o Executivo
mandou. Se houver necessidade de conversações, nós não estamos negando
qualquer espécie de conversação. O que não podemos é quebrar a espinha
dorsal da Previdência”, ressaltou Temer, em palestra para executivos de
cerca de 100 empresas reunidos na sede da Confederação Nacional da
Indústria (CNI), em São Paulo.
“Haverá propostas de modificação
em um ou outro ponto? É muito provável”, acrescentou o presidente. “Nós
temos um deficit de R$ 149 bilhões na Previdência Social. Nós temos
estados que estão quebrando por causa da Previdência”, enfatizou.
Para
Temer, a oposição que vem sendo feita ao projeto não apresenta
argumentos sólidos. “Eu vejo com frequência que há movimentos de
protesto que são de natureza política, não movimentos de natureza
técnica”, disse.
O presidente também destacou a importância da
relação com o Congresso, que discute a reforma em uma comissão especial:
“Se não houver interação do Executivo com o Legislativo, você não
consegue governar”.
Retomada da economia
Michel
Temer destacou também a retomada de empregos em fevereiro, após 22
meses de queda, lembrando dos impactos da notícia anunciada ontem para a
economia brasileira. “Nós esperávamos que a retomada do emprego
começasse a se processar no segundo semestre. O primeiro passo, sem
dúvida nenhuma, era combater a recessão”, ressaltou.
Sobre a
inflação, Temer disse que espera, ainda este ano, que o índice fique
abaixo do centro da meta estabelecida pelo Banco Central. “A projeção é
que ao final do ano estaremos abaixo de 4%, quando o centro da meta é
4,5%”, enfatizou. A retração da inflação já está possibilitando, de
acordo com o presidente, a redução das taxas de juros. “A Selic [taxa
básica de juros] vem caindo. Os juros estão começando a cair e vão
cair”.
O governo se prepara agora para socorrer os estados em
dificuldade. Nesse sentido, o presidente destacou mudanças na Lei de
Responsabilidade Fiscal para permitir que o governo federal auxilie os
governos estaduais. “Não podemos auxiliar o estado do Rio de Janeiro,
com empréstimos etc, sem contrapartida, sob pena de nós, da União,
vulnerarmos a lei de Responsabilidade Fiscal."
Edição: Denise Griesinger
Fonte: Agencia Brasil
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