06/04/2017
São Paulo
              Marli Moreira – Repórter da Agência Brasil
          
A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje (6) a 
operação Águas Claras, que apura um esquema de desvio de recursos 
públicos repassados à Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos  
(CBDA), envolvendo cerca de R$ 40 milhões. Foram expedidos quatro 
mandados de prisão preventiva, dois de condução coercitiva e 16 de busca
 e apreensão em São Paulo e no Rio de Janeiro, em cumprimento à 
determinação da 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Três pessoas 
foram presas e uma está foragida.
Segundo nota da PF, as 
investigações começaram a partir de denúncias de atletas, ex-atletas e 
empresários do ramo esportivo brasileiro. As investigações estão sendo 
desenvolvidas em conjunto com o Ministério Público Federal e com a 
participação da Controladoria Geral da União.
“Há indícios de um 
esquema de desvios de recursos públicos captados por meio de convênios e
 leis de fomento ao esporte sem a devida aplicação – conforme previsto 
em lei e nos contratos assinados”, assinala a nota. O dinheiro que 
deveria ser aplicado no incentivo aos esportes aquáticos e na 
viabilização de práticas esportivas aquáticas, estariam indo parar no 
bolso dos investigados.
Os recursos eram repassados por meio da 
Lei de Incentivo ao Esporte, a Lei Agnelo Piva. O montante está 
associado ao patrocínio dos Correios que, por ser uma empresa pública, 
envolve a Lei de Licitações, destaca a nota. Pelo que a PF apurou houve 
fraude à Lei de Licitações.
Os
 investigados vão responder, de acordo com suas participações, pelos 
crimes de peculato, associação criminosa e fraude à Lei de Licitações, 
sem prejuízo de outros crimes eventualmente apurados no decorrer da 
instrução criminal. Os detalhes da operação serão apresentados às 11h no
 auditório da Superintendência Regional da Polícia Federal em São Paulo,
 localizada na Rua Hugo D’Antola, 95, térreo – Lapa de Baixo.
Ministério Público Federal
De
 acordo com o Ministério Público Fedral, também é objeto da Operação 
Águas Claras a contratação com suspeitas de irregularidade de agência de
 turismo, que venderia passagens aéreas e hospedagens para os atletas 
com preços superfaturados. Essas contratações irregulares eram 
realizadas com verbas federais obtidas através de convênios com o 
Ministério dos Esportes.
A operação apura ainda a suposta 
apropriação por parte dos dirigentes da CBDA de premiação de US$ 50 mil 
que deveriam ter sido repassados a atletas. Além disso, estima-se que 
cerca de R$ 5 milhões, provenientes do Ministério dos Esportes, deixaram
 de ser aplicados na modalidade polo aquático. Embora a CBDA tenha 
recebido esta verba federal para aplicação nos torneios nacionais e 
internacionais, seus dirigentes não autorizaram a ida da seleção de Polo
 Aquático Júnior, campeã sul-americana e panamericana, para o Mundial do
 Cazaquistão, sob o argumento da falta de recursos financeiros.
Na
 esfera cível, o MPF já ofereceu duas ações de improbidade 
administrativa contra o presidente da Confederação, Coaracy Gentil 
Monteiro Nunes Filho, outros dirigentes e empresários pelas fraudes em 
licitações para a aquisição de itens esportivos.
*A matéria 
alterada às 11h para correção de informação repassada pela Polícia 
Federal. Diferentemente do informado na primeira nota da PF, o número de
 mandados de prisão foram quatro, e não cinco; e o número de mandados de
 conduções coercitiva foram dois e não quatro. 
**Matéria ampliada às 11h16.
 Edição: Denise Griesinger
Fonte: Agência  Brasil 
        
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