06/04/2017
São Paulo
Elaine Patricia Cruz - Repórter da Agência Brasil
Os 24 torcedores chilenos
que estão detidos no 24º Distrito Policial (DP) da Ponte Rasa, na zona
leste da capital paulista, foram levados no início da noite de hoje (6)
para o Instituto Médico Legal (IML), onde passarão por exame de corpo de
delito. Eles deixaram a delegacia a caminho do IML por volta das 19h em
quatro veículos policiais.
Após passar pelo IML, os torcedores
serão encaminhados para a carceragem do 63º DP, na Vila Jacuí, uma das
poucas delegacias de São Paulo onde ainda há celas. Eles permanecerão
presos nessa carceragem pelo menos até amanhã (7) cedo, quando ocorrerá
uma audiência de custódia no Fórum Criminal da Barra Funda, agendada
para as 9h.
Os torcedores foram detidos após uma confusão na
Arena Corinthians na noite de ontem (5), durante o jogo entre o
Corinthians e o Universidad de Chile, pela Copa Sul Americana. O
Corinthians venceu por 2 a 0. Segundo a Polícia Militar, os torcedores
chilenos depredaram o estádio e arremessaram pedaços dos assentos contra
policiais e a torcida adversária. No tumulto, informou a PM, os
policiais, inclusive da Tropa de Choque, precisaram intervir com uso de
cassetetes. Na confusão, 26 torcedores chilenos foram presos, mas dois
já foram liberados, entre eles, um jornalista e uma mulher.
Jornalistas,
a namorada de um dos detidos e um advogado de uma das torcidas do
Corinthians estiveram durante toda a tarde de hoje no 24º DP. A namorada
do torcedor preso não quis gravar entrevista, mas mostrou uma
fotografia, no celular, em que seu namorado aparece apanhando de
cassetete de um policial. Ela disse que o namorado ficou ferido com a
confusão, mas passa bem.
Segundo ela, seu namorado não agrediu
ninguém e não participou do quebra-quebra na Arena Corinthians, mas
acabou preso ao tentar apartar a confusão entre os torcedores do Chile e
a polícia.
Cônsul
O cônsul-geral do
Chile em São Paulo, Alejandro Sfeir Tonsic, também esteve na delegacia
durante a tarde de hoje e deixou o local por volta das 18h. Em breve
declaração à imprensa, Tonsic disse que ocorreu “um procedimento normal
que tem que ser feito pelos cônsules quando um chileno é detido no
exterior e tal procedimento é tradicional e normal”. Ele disse a
jornalistas que não poderia dar declarações sobre o caso e que estas
informações serão dadas apenas em seu país, pelo órgão responsável.
Na
saída da delegacia, um dos torcedores detidos contou que estava no
estádio, conversando com a namorada pelo celular, quando ocorreu a
confusão. “Eu estava sentado. [Começou a confusão] Fui para onde estavam
os policiais. Abri os braços e falei: 'Parem, por favor'. Atrás de mim,
me bateram. Não sei quem me bateu. Mas fui ao médico sozinho, sem
polícia e sem ninguém e fui pedir ajuda. Os médicos do Corinthians me
atenderam. Aí chegaram uns policiais me perguntando: 'O que aconteceu
ali? E contigo? Está tudo bem?' e me levaram para um corredor. Falei
obrigado a eles. Mas daí fiquei sabendo que estava detido”, relatou.
Os
torcedores chilenos vão responder pelos crimes de desacato, dano
qualificado e associação criminosa. Dois deles ainda responderão pelos
crimes de lesão corporal.
Edição: Luana Lourenço
Fonte: Agência Brasil
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