Atacante
reserva da equipe do Sapucaiense, de Sapucaia do Sul, foi surpreendido
pelos policiais no começo do jogo. Delegado diz que ele tem quatro
mandados de prisão preventiva.
Um jogador de futebol profissional foi preso na tarde desta
quarta-feira (3) durante uma partida válida pela segunda divisão do
Campeonato Gaúcho, em Sapucaia do Sul, no Vale do Sinos. Conforme a
polícia, a bola já rolava há 15 minutos no Estádio Arthur Mesquita Dias
quando Marlon Natanael recebeu voz de prisão.
O delegado Cesar Carrion, da 2ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre,
disse que o jogador de 21 anos tem quatro mandados de prisão preventiva
em aberto. Ele é suspeito de participar de sequestros e assaltos na
capital gaúcha.
"Já tinha sido preso no ano passado por receptação, em um carro roubado", disse o delegado ao G1.
Segundo Carrion, ele não resistiu à prisão no estádio. Os
investigadores descobriram recentemente que ele era jogador de futebol.
"Nós não o localizávamos de jeito nenhum. Sabíamos que ele ia jogar,
acabamos achando que o melhor momento seria hoje. Infelizmente tivemos
que atrapalhar a partida para prender o rapaz", diz o delegado.
Por volta das 16h, o jogador chegou à delegacia em Porto Alegre para
prestar depoimento. No local, foi questionado por jornalistas sobre os
crimes, que afirma não ter cometido:
"Eu sou jogador de futebol, eu nego tudo. Olha o jeito que eu 'tô', sou jogador de futebol", respondeu.
A Polícia Civil deve indiciar o jogador por receptação, sequestro relâmpago e extorsão mediante sequestro.
"É lamentavel. Um jogador de futebol profissional de 21 anos que, na
clandestinidade, acaba cometendo esses crimes. O salário dele é pouco
acima de R$ 1 mil por mês, mas podia ter um futuro brilhate", salienta o
delegado.
A reportagem tenta contato com o presidente do Sapucaiense, mas ainda não foi atendida.
Conforme o delegado Carrion, Marlon participou de sequestros em Porto Alegre. O último deles em fevereiro de 2017, que terminou com tiroteio em frente ao shopping Iguatemi, na Zona Norte.
Neste crime, segundo a polícia, uma jovem foi abordada no próprio carro
no final da tarde, quando deixava o trabalho na Avenida Carlos Gomes.
Dois homens entraram no veículo dela e pediram um valor de resgate para
familiares, que começaram a negociar orientados por policiais do
Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
Já durante a noite, o encontro foi marcado na rua que fica entre o
Shopping Iguatemi e o Bourbon Country. Após o resgate combinado ser
entregue, e a jovem ser liberada, houve o tiroteio. Um dos suspeitos foi
preso, e outro foi baleado, mas conseguiu fugir. Este seria Marlon.
Outro crime relatado pelo delegado, o único investigado pela delegacia
na qual ele atua, já que os outros correspondem a outras DPs, ocorreu em
outubro de 2016. Começou no Bourbon Shopping Ipiranga, quando uma senhora foi abordada em seu carro. Ela foi levada até o Praia de Belas, onde Marlon, segundo Carrion, pediu o cartão dela para fazer um saque.
Enquanto o jogador sacava o dinheiro, outros assaltantes permaneceram
no carro com a vítima. Era assim que eles costumavam agir, nunca
sozinhos, segundo o delegado. Nesta ocorrência, também houve troca de
tiros. Dois criminosos escaparam. Um deles ainda fugiu do shopping com
um refém. Além do dinheiro, levaram celulares e joias da mulher.
Outro sequestro relâmpago citado pelo delegado, sem especificar o ano,
ocorreu perto do Carrefour da Avenida Bento Gonçalves, também em Porto
Alegre. Ele e os comparsas abordaram uma senhora e a levaram até o
Iguatemi para sacar dinheiro.
Fonte: G1 RS
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